Jacobina: Fósseis são salvos em propriedade de Lages do Batata
O sítio paleontológico foi identificado por ocasião de uma escavação feita pelo proprietário do terreno, destinada à construção de um poço de acumulação de água pluvial. A existência do sítio paleontológico foi notificada ao Museu Geológico do Estado e à UNEB pelo Professor de geografia, Emanuel Carneiro, morador de Lages do Batata, na primeira semana de dezembro passado, tendo sido imediatamente visitada por professor e os alunos da UNEB, em companhia da paleontóloga Márcia Xavier, no dia oito de dezembro passado.
Em um esforço conjunto, coordenado pelos professores Paulo Fernandes, da UNEB – Jacobina, Luciano Artêmio Leal, da UESB – Jequié, e Leonardo Morato, da UFBA – Barreiras, e contando com alunos das três instituições mencionadas, além de alunos do CETEC – Jacobina e do Colégio Estadual Felicidade Magalhães, foi montada uma operação de salvamento do material, que corria o risco de ser destruído, já que o período de chuvas na região se aproxima e o proprietário do terreno necessitava concluir urgentemente o revestimento do poço.
Os trabalhos de salvamento revelaram a existência de uma ossada provavelmente pertencente a uma preguiça-gigante, talvez do gênero Eremotherium, tendo sido retirados mais de sessenta exemplares de ossos, como fêmures, costelas, vértebras e outros ossos de grande porte, ainda não devidamente identificados.
Os trabalhos de salvamento revelaram a existência de uma ossada provavelmente pertencente a uma preguiça-gigante, talvez do gênero Eremotherium, tendo sido retirados mais de sessenta exemplares de ossos, como fêmures, costelas, vértebras e outros ossos de grande porte, ainda não devidamente identificados.
A realização do trabalho de salvamento só foi possível graças a financiamento fornecido pela YAMANA GOLD, bem como pelos esforços pessoais dos pesquisadores e alunos, que custearam o trabalho provisoriamente, até a liberação da verba pela empresa patrocinadora. Além da Yamana, o projeto foi viabilizado pelas facilidades de alojamento fornecidas pela UNEB – Jacobina, e pela UESB e UFBA, que forneceram parte dos recursos para transporte dos alunos.
Os fósseis serão tombados no laboratório de Geociências da UNEB – Jacobina, que será a instituição curadora dos mesmos, e posteriormente cedidos em comodato provisório à UESB – Jequié, para montagem, restauração e identificação, já que nem a UNEB nem o IFBA têm cursos de biologia em Jacobina.
Pretende-se que pelo menos parte deste material seja exposto em um espaço de cultura cujo projeto está sendo elaborado por professores dos cursos de Geografia e de História da UNEB, e que deverá contar com um museu de geociências e um museu de história regional. A criação deste espaço possibilitará que os cidadãos jacobinenses, especialmente e alunos do Ensino Básico, tenham acesso aos acervos que têm sido coletados e produzidos pela UNEB – Jacobina nos últimos quinze anos. A ideia em princípio é de utilizar o prédio da Rua da Estação para este fim, estando em curso negociações com a Prefeitura de Jacobina para a doação de um terreno, e com o Deputado Amauri Teixeira para a obtenção de verbas para a construção do novo campus.
Agradecemos ao Senhor Joselito Pereira e a sua esposa, Dona Joselita, a imensa compreensão em adiar os trabalhos de construção e cimentação do poço, sem a qual o trabalho não teria sido possível. Agradecemos, sobretudo, aos jovens alunos da UFBA – Barreiras, da UESB, do CETEC, do Colégio Felicidade e da UNEB, alguns dos quais deixaram de descansar nos feriados de fim de ano para salvar este acervo que não é apenas regional, mas que representa, antes de tudo, um patrimônio nacional e mundial.
Pela primeira vez, numa longa história de coletas e transferências de fósseis para outros estados, a comunidade regional poderá desfrutar do encantamento que este material pode despertar, esperando-se que o contato com o mesmo estimule a busca pelo conhecimento.(Colaboração: Paulo Fernandes, coordenador)
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