Nesta quinta-feira uma notícia triste que veio do distrito do Junco dava conta que dois suicídios teriam ocorrido na comunidade, com espaço pequeno de tempo entre um e outro. Sem querer se aprofundar nos detalhes, deixamos claro que nossa redação foi informada da primeira situação ainda ontem, cerca de meia hora depois do acontecido, e soube também durante a madrugada do segundo caso, em que um outro jovem, que seria amigo do primeiro, teria replicado a atitude drástica pós retornar do velório da primeira vitima.
Durante todo o dia de hoje nossa redação foi bombardeada por internautas que perguntavam se estávamos sabendo do caso e porque o nosso portal de notícias não havia divulgado, visto que inúmeras paginas eletrônicas já estampavam a tragédia. Como os questionamentos foram muitos resolvemos então aqui, neste editorial , esclarecer de vez o porquê da não divulgação desse lamentável ocorrido.
A redação do Bahia Acontece tem como diretriz não dá ênfase a este tipo de ato por acreditar que tais postagens em nada contribuem para a vida das pessoas que acessam a nossa página. Além disso, diversos estudos alertam que dar visibilidade para atos de suicídio pode influenciar outras pessoas a fazerem o mesmo. As pesquisas indicam que em algumas situações pode ocorrer o chamado efeito “copycat”, ou seja, de imitação da prática, fazendo com que vários episódios semelhantes ocorram por causa da divulgação.
O que veio acontecer hoje no distrito do Junco inclusive corrobora em cheio essa tese, uma vez que o segundo jovem que cometeu esta atitude impensada tinha acabado de sair do velório do seu amigo, imitando em seguida seu gesto.
A responsabilidade de qualquer veículo de comunicação durante um momento delicado como este é grande, e não deveria envolver o almejo por cliques ou visualizações e sim o cuidado com a saúde pública dos internautas que o acessam
Portanto, sem querer fazer nenhum sensacionalismo, buscamos esclarecer de vez porque não costumamos divulgar atos suicidas. Só o faremos em casos que tenham um objetivo claro, relevante para que a notícia seja publicada, como por exemplo contribuir na identificação da vítima, auxiliar na localização de parentes, entre outros.
Queremos agradecer a todos aqueles que nos acessam e esperamos que com essa matéria tenhamos esclarecido de vez o posicionamento da nossa redação em tais situações, que rogamos de todo coração que não voltem a acontecer.
Ressaltamos em tempo que você que lê esta matéria também pode contribuir para quebrar este elo maligno. Caso conheça alguém que apresente indícios que cometerá suicídio ou se automutilará, ouça a pessoa e a oriente a buscar ajudar psicológica. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza atendimento para pessoas em sofrimento psíquico por meio dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Canais como o 188 do Centro de Valorização da Vida realizam apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.
Emerson Rocha / Bahia Acontece
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