Com popularidade em queda, Lula busca núcleo de conselheiros nas crises e quer dar ‘chacoalhão’ no governo

 


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem ouvido pessoas de fora do governo sobre assuntos que vão da política à economia. Nessas conversas, Lula costuma pedir opiniões sobre a condução de crises, relacionamento com o Congresso e até julgamentos sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF). A ideia é montar um núcleo de conselheiros que possa lhe dar sugestões e indicar como corrigir erros de percurso.

Alguns dos nomes consultados por Lula, sempre de forma informal, já trabalharam com ele ou com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Na lista estão o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, o publicitário Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha de 2022, e o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha. Em 2021, Gabrielli foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), juntamente com outras seis pessoas, pela compra da refinaria de Pasadena no Texas (EUA). João Paulo, por sua vez, foi abatido pelo escândalo do mensalão, em 2005.

O prefeito de Araraquara, Edinho Silva, o presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto, e o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, também fazem parte do grupo de conselheiros. No governo, os mais requisitados para dar palpites diante das últimas turbulências têm sido o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o assessor especial para Assuntos Internacionais, Celso Amorim.


Na semana passada, por exemplo, Lula decidiu manter o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, após dias de rumores sobre sua queda. Quem ajudou na articulação para dar sobrevida a Prates foi Haddad.

Nos bastidores, porém, a atuação do ministro em defesa da distribuição dos dividendos extraordinários da estatal foi criticada pelo titular de Minas e Energia, Alexandre Silveira, desafeto de Prates.


“Mas eu fui chamado (para dar opinião) pelo chefe dele, que, por acaso, é o meu também”, disse Haddad. “Havia uma controvérsia. E a pergunta que o presidente queria que eu ajudasse a responder era: ‘Vai ter problema de liquidez para o plano de investimento (da Petrobras)?’ Respondi: ‘Não vai’. Não pacifiquei nada, não segurei ninguém nem larguei a mão de ninguém. Só respondi a uma pergunta objetiva”, descreveu o ministro, para quem todo o burburinho em torno da Petrobras foi “surreal”.


Gabrielli, na outra ponta, foi consultado por Lula não apenas a respeito de quem tinha razão nessa queda de braço, mas sobre outras polêmicas envolvendo a Petrobras, como o pedido da estatal para fazer prospecção de petróleo na foz do Rio Amazonas.


Fonte: Agência Estado



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