Aconteceu no dia 20 de novembro, no Quilombo Erê de Jacobina a III oficina do projeto Rotas Quilombolas de Mulheres Negras da Chapada Norte. O encontro integrou as ações em comemoração ao Dia da Consciência Negra em Jacobina, e reuniu um público diverso entre professores e estudantes de escolas públicas, caravana das comunidades tradicionais do território, representantes de associações, do poder público, moradores da comunidade anfitriã, além das 35 mulheres que já estão participando desde a primeira oficina.
A oficina foi facilitada pelas professoras Paula Cordeiro e Gabriela Barbosa e teve como tema a "Participação Social e Política das Mulheres Negras", abordando como a política influencia em diversos aspectos da vida social, como na geração de emprego e renda, na saúde, educação e alimentação da população negra.
Inicialmente foi apresentado um mapeamento de dados socioeconômicos e das políticas públicas afirmativas já existentes e sobre a presença feminina nos espaços de poder.
Durante o debate, a professora Gabriela fez uma reflexão sobre a necessidade das mulheres assumirem seus lugares de fala, “é preciso que as mulheres rompam com o medo e a insegurança de falar nos espaços públicos, pois é nestes espaços que são decididas as políticas públicas de saúde, educação, produção de alimentos, e tudo mais que tem influência na qualidade de vida e na nossa alimentação”.
Nesse sentido, as/os participantes dialogaram acerca do modelo de alimentação e da falta de políticas de segurança alimentar e nutricional no Brasil, o que ocasiona diversos problemas de saúde, atingindo principalmente as mulheres negras, uma vez que estas fazem parte do grupo social mais pobre, mais suscetível a fome, sem condições de buscar uma alimentação saudável.
A alimentação inadequada, o alto índice de agrotóxicos e demais toxinas ocasionam diversos problemas para a saúde da mulher negra, como distúrbio hormonal, entre outros. Uma alternativa a esse problema é pensar em estratégias de fortalecimento da agricultura familiar e da agroecologia, entendendo o papel fundamental das mulheres na agroecologia e na produção de alimentos orgânicos nas comunidades. Isso garante maior segurança alimentar e geração de renda para as famílias.
Na parte da tarde, a professora Paula chamou atenção para a necessidade de implementação efetiva do programa Brasil Quilombola, lançado em 2004, com o objetivo de consolidar os marcos da política de Estado para as áreas quilombolas, e que dispõe sobre o acesso a terra e regularização fundiária; infraestrutura e qualidade de vida, através das ações de moradia, saneamento básico, eletrificação; inclusão, desenvolvimento produtivo e autonomia econômica baseada na identidade cultural e ambiental das comunidades; direitos e cidadania que assegura a educação e escola quilombola, os programas de saúde de família, entre outros. A partir dos depoimentos das/dos participantes, verificou-se que essas metas não estão sendo cumpridas. "Os dados nos mostram que os recursos públicos não estão sendo alocados para efetivação dessa política nos territórios, e para isso precisamos conhecer nossos direitos e fazer a participação política para defender a destinação dos recursos", Explicou a professora.
Durante o debate também foi realizado um levantamento das atividades socioeconômicas e produtivas nas comunidades em que as mulheres relataram como se organizam e quais suas fontes de renda. Entre as atividades, as mulheres citaram o artesanato, a costura, pesca em açudes,e a agricultura familiar.
O encontro contou ainda com oficina de turbantes ministrada pela professora Priscila Wenceslau, dança afro, o tradicional samba de roda e capoeira.
Após a oficina, as mulheres da Rotas Quilombolas seguiram, juntamente com militantes do movimento negro local, para um ato público na praça da Matriz. Ainda participaram de uma Sessão Solene ao Dia da Consciência Negra, na Câmara de Vereadores, onde foram apresentados os membros do Conselho Municipal da Igualdade Racial, além de apresentações afro-culturais homenagens e entrega de título de cidadão a mulheres e homens negros que desenvolvem ações de relevância social no município.
Ao final da sessão, foi exibido como pré-lançamento o documentário "Venha conhecer o Quilombo Erê ", sobre a história do quilombo urbano da Bananeira em Jacobina.
A oficina foi facilitada pelas professoras Paula Cordeiro e Gabriela Barbosa e teve como tema a "Participação Social e Política das Mulheres Negras", abordando como a política influencia em diversos aspectos da vida social, como na geração de emprego e renda, na saúde, educação e alimentação da população negra.
Inicialmente foi apresentado um mapeamento de dados socioeconômicos e das políticas públicas afirmativas já existentes e sobre a presença feminina nos espaços de poder.
Durante o debate, a professora Gabriela fez uma reflexão sobre a necessidade das mulheres assumirem seus lugares de fala, “é preciso que as mulheres rompam com o medo e a insegurança de falar nos espaços públicos, pois é nestes espaços que são decididas as políticas públicas de saúde, educação, produção de alimentos, e tudo mais que tem influência na qualidade de vida e na nossa alimentação”.
Nesse sentido, as/os participantes dialogaram acerca do modelo de alimentação e da falta de políticas de segurança alimentar e nutricional no Brasil, o que ocasiona diversos problemas de saúde, atingindo principalmente as mulheres negras, uma vez que estas fazem parte do grupo social mais pobre, mais suscetível a fome, sem condições de buscar uma alimentação saudável.
A alimentação inadequada, o alto índice de agrotóxicos e demais toxinas ocasionam diversos problemas para a saúde da mulher negra, como distúrbio hormonal, entre outros. Uma alternativa a esse problema é pensar em estratégias de fortalecimento da agricultura familiar e da agroecologia, entendendo o papel fundamental das mulheres na agroecologia e na produção de alimentos orgânicos nas comunidades. Isso garante maior segurança alimentar e geração de renda para as famílias.
Na parte da tarde, a professora Paula chamou atenção para a necessidade de implementação efetiva do programa Brasil Quilombola, lançado em 2004, com o objetivo de consolidar os marcos da política de Estado para as áreas quilombolas, e que dispõe sobre o acesso a terra e regularização fundiária; infraestrutura e qualidade de vida, através das ações de moradia, saneamento básico, eletrificação; inclusão, desenvolvimento produtivo e autonomia econômica baseada na identidade cultural e ambiental das comunidades; direitos e cidadania que assegura a educação e escola quilombola, os programas de saúde de família, entre outros. A partir dos depoimentos das/dos participantes, verificou-se que essas metas não estão sendo cumpridas. "Os dados nos mostram que os recursos públicos não estão sendo alocados para efetivação dessa política nos territórios, e para isso precisamos conhecer nossos direitos e fazer a participação política para defender a destinação dos recursos", Explicou a professora.
O encontro contou ainda com oficina de turbantes ministrada pela professora Priscila Wenceslau, dança afro, o tradicional samba de roda e capoeira.
Após a oficina, as mulheres da Rotas Quilombolas seguiram, juntamente com militantes do movimento negro local, para um ato público na praça da Matriz. Ainda participaram de uma Sessão Solene ao Dia da Consciência Negra, na Câmara de Vereadores, onde foram apresentados os membros do Conselho Municipal da Igualdade Racial, além de apresentações afro-culturais homenagens e entrega de título de cidadão a mulheres e homens negros que desenvolvem ações de relevância social no município.
Ao final da sessão, foi exibido como pré-lançamento o documentário "Venha conhecer o Quilombo Erê ", sobre a história do quilombo urbano da Bananeira em Jacobina.
O projeto
Rotas Quilombolas de Mulheres Negras da Chapada Norte é um projeto promovido pela Secretaria de Igualdade Racial (SEPROMI), do Governo do Estado da Bahia, através do Edital Década Afrodescendente 2015/2025, realizado pela CODEP em parceria com a Rede Quilombola Chapada Norte (RQCN), e apoio das entidades parceiras: Atabaque, MMJ, UNEB, FEPPAHJA e CODETER-TIPD e tem como objetivo promover o protagonismo político e socioeconômico das mulheres negras fortalecendo a rede solidária entre as comunidades tradicionais do território. Participam do projeto diretamente 35 mulheres representantes de mais de 20 comunidades tradicionais da região Chapada Norte.
Fotos e Texto: Ascom/RQCN
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