Sargento do Exército morre após salto com paraquedas de alta performance: Atletas apontam a possível erro técnico em pouso


A Polícia Civil de Boituva (SP) abriu um inquérito para investigar as causas do acidente que terminou com a morte da sargento Bruna Ploner, do Exército Brasileiro. A atleta, de 33 anos, morreu após um salto realizado no domingo (24), no Centro Nacional de Paraquedismo (CNP).


Paraquedistas ouvidos pelo g1 acreditam que o acidente foi causado por um possível erro técnico da atleta no momento do pouso.

Como é o Centro Nacional de Paraquedismo, local onde a sargento morreu após salto
De acordo com atletas locais, Bruna saltou com um paraquedas menor, de alta performance, mas que era adequado para o tipo de salto que ela estava fazendo, bastante comum, chamado de "belly fly".

Os esportistas explicaram que Bruna saltou normalmente e abriu o paraquedas no momento certo, a cerca de quatro mil pés do chão.

Já no momento do pouso, segundo os atletas, é necessário fazer uma curva no ar antes da aterrissagem, e é possível que Bruna tenha feito esse movimento em uma altitude menor do que a indicada.


Também existe a suspeita de que Bruna errou a manobra ao tentar fazer uma curva brusca, o que causou a queda na pressão do equipamento.
aproveitou para listar algumas recomendações aos atletas do esporte:

Atletas que desejam utilizar velames de alta performance, que sigam estritamente as recomendações dos fabricantes de equipamentos, nunca pulem etapas em sua progressão e sigam rigorosamente nosso Código Esportivo;

Avaliar sempre o próprio estado físico e mental. O salto de paraquedas exige tanto do corpo quanto da mente para realizar manobras e procedimentos, portanto o atleta deve sempre cuidar da sua saúde física e do seu equilíbrio mental. Qualquer sinal de alerta do corpo ou mente, é imperativo permanecer em solo.

Luto

Depois do acidente, o corpo de Bruna foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Itapetininga (SP), onde passou por exames. O sepultamento está marcado para as 10h desta terça-feira (26), no Cemitério Baeta Neves, em São Bernardo do Campo (SP).

"Estamos muitos tristes com a perda. Bruna não era só uma atleta, mas uma amiga que o paraquedismo nos trouxe. É uma perda imensurável para o esporte nacional e internacional", disse o presidente da associação dos paraquedistas




"Foi uma aproximação errada para pouso. Era um paraquedas de alta performance e exigia um giro para pouso um pouco mais alto. Provavelmente, não posso afirmar, mas a atleta fez um giro um pouco mais baixo do que o normal e o paraquedas não conseguiu se recuperar", opina Marcello Costa, presidente da Associação de Paraquedistas de Boituva.

Uma câmera de segurança registrou o acidente. O vídeo mostra que a paraquedista caiu no chão e foi arrastada por alguns segundos (veja acima). Com o impacto no chão, Bruna sofreu politraumatismo e foi levada ao Hospital Municipal São Luiz, mas não resistiu aos ferimentos.

Atleta experiente

Bruna era considerada uma atleta experiente e já atuou como instrutora de saltos. Atualmente, a esportista estava no cargo de 3º sargento do Exército Brasileiro e integrava o Programa de Atletas de Alto Rendimento da corporação, ligado à Comissão de Desportos do Exército (CDE).

De acordo com a escola de paraquedismo através da qual Bruna fez o salto no domingo, a atleta estava apta para usar o equipamento e saltar em qualquer área do Brasil, regulamentada pela CBPq.

A empresa informou que, no momento do acidente, a sargento fez um salto particular com um equipamento próprio.

Em nota, a CBPq informou que o relatório de investigação sobre o acidente, produzido pelo perito técnico designado pela confederação, não detectou nenhum tipo de problema com o equipamento utilizado por Bruna.

Apesar disso, a Polícia Civil apreendeu os instrumentos para perícia. Foram apreendidos três paraquedas, capacete de esporte de lazer, câmera, cartões de memória, óculos de segurança, baterias, mochila e instrumentos de precisão. Também foi solicitado um exame toxicológico na vítima e testemunhas serão ouvidas.

"No domingo, aconteceu um erro de manobra e julgamento, no momento errado. Infelizmente, a falha causou uma morte. Não posso falar que foi excesso de confiança, porque a Bruna era uma atleta de alto nível. Já participou de campeonatos nacionais e interacionais [...] Os atletas de paraquedismo precisam respeitar mais suas limitações. Às vezes, na vontade de provar seus limites e de se afirmar, nos colocamos em perigo", afirma Marcelo.

G1

Vídeo mostra queda de paraquedista do Exército durante salto em Boituva
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