Alexandre de Moraes determina que PF ouça o ex-ministro do GSI, general Gonçalves Dias

 


O ministro do Supretomo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, responsável pelas apurações do atos golpistas, ordenou que sejam identificados todos os militares que aparecem nas imagens divulgadas nesta quarta (19) e que levaram à queda do ministro do Gabinete de Segurança Institucional.

Ricardo Cappelli chegou cedo ao Palácio do Planalto. Ele assumiu o comando do Gabinete Institucional de forma interina já com uma determinação do presidente Lula : fazer um diagnóstico das competências e tarefas atribuídas a cada um dos integrantes do GSI.

As exonerações do general Gonçalves Dias e do número dois da pasta, Ricardo Nigri, foram publicadas ainda nesta quarta no Diário Oficial .


G. Dias pediu demissão horas depois da CNN divulgar imagens do circuito interno do Palácio do Planalto durante os ataques do dia 8 de janeiro. O então ministro aparece abrindo uma porta próxima ao gabinete da presidência para os golpistas saírem.


O vídeo também mostra militares cumprimentando e dando água para os vândalos. Em um primeiro momento, a emissora divulgou as imagens com os rostos borrados, alegando que optou por "não identificar os militares do Gabinete de Segurança Institucional". Nesta quinta (20), a emissora divulgou as imagens limpas, sem borrar os rostos.


A TV Globo apurou que o homem de camisa branca que aparece dando água para os invasores é o major do Exército José Eduardo Natale de Paula Pereira. Ele foi nomeado para o GSI em novembro de 2020, na gestão do ex-ministro Augusto Heleno. Em 2021 e 2022, o major integrou a comitiva presidencial em 34 viagens. Dessas, em pelo menos três, atuou diretamente na segurança de Bolsonaro - incluindo uma viagem para a Rússia. Também integrou comitivas do então vice, Hamilton Mourão, hoje senador, e na segurança de familiares de Bolsonaro e de Mourão.


No mesmo dia dos atos golpistas, o major prestou depoimento como testemunha. Ele afirmou que era coordenador de segurança de instalações dos quatro palácios presidenciais. Disse que, diante do avanço dos golpistas, acionou o Pelotão de Choque do Exército; que ainda do lado de fora do Palácio tentou uma negociação com os manifestantes que estavam mais próximos; e que, mais tarde, já com o prédio invadido, correu para o gabinete do presidente da república a fim de que manifestantes não invadissem a sala, que fica no terceiro andar.


Em nenhum momento, o major Pereira disse à polícia que interagiu ou que deu água aos golpistas. A TV Globo apurou que ele será ouvido de novo no inquérito da Polícia Federal. Ele foi exonerado do GSI em fevereiro.

Nesta quarta, em entrevista à Delis Ortiz, o ex-ministro G. Dias disse que semanas antes, o major já tinha sido afastado do cargo. G. Dias também contou como chegou ao Palácio do Planalto no dia dos ataques e como, segundo ele, atuou para conduzir os golpistas.


“Eu entrei no Palácio depois que o Palácio foi invadido e estava retirando as pessoas do terceiro piso e do quarto piso para que houvesse a prisão no segundo”, disse G. Dias.

Até o momento, o Palácio do Planalto não divulgou imagens do segundo andar, onde as prisões teriam ocorrido. Em fevereiro, o GSI alegou riscos para a segurança das instalações presidenciais e decretou sigilo das imagens.


Depois da repercussão do caso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou novas ações em um dos inquéritos que investiga os atos golpistas. Na decisão, o ministro afirmou que a imprensa veiculou gravíssimas imagens que indicam a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna do Palácio do Planalto, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI.

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