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Com 90% de reprovação do mercado, Governo exonera temporariamente três ministros para conseguir aprovação da PEC dos gastos

 


O governo federal, sob o comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), exonerou temporariamente nesta terça-feira (3) os ministros André Fufuca (Esportes), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Celso Sabino (Turismo). A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Os três ministros retornam a seus mandatos no Congresso Nacional com o objetivo de sugerir emendas e participar da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe cortes de gastos públicos. A PEC foi enviada pelo governo na noite de segunda-feira (2) e inclui medidas como novos critérios para o cálculo do salário mínimo, alterações no acesso ao abono salarial e mudanças nas regras de aposentadoria de militares.

De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a revisão das despesas obrigatórias é crucial para que o governo consiga cumprir o arcabouço fiscal. Este mecanismo limita o aumento das despesas a 70% do crescimento real da receita, considerando a inflação. Segundo Haddad, a medida visa garantir que as contas públicas sejam ajustadas dentro dos parâmetros estabelecidos.


O retorno dos ministros ao Legislativo reforça a estratégia do governo para garantir apoio na aprovação da proposta, considerada fundamental para o equilíbrio fiscal.


Quaest: 90% do mercado avaliam mal governo Lula; 41% aprovam Haddad.


Pesquisa Genial Quaest, divulgada nesta quarta-feira (4/12), apurou que 90% do mercado financeiro têm uma avaliação negativa do governo Lula. Outros 7% consideram a administração federal regular e 3%, positiva.


Por outro lado, segundo a pesquisa, o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é bem avaliado. Ele tem 24% de negativo, 35% de regular e 41% de positivo. Ainda assim, o índice de aprovação está em queda na comparação com a última avaliação, em março deste ano. O ministro chegou a ter 65% de positivo em julho de 2023.


O patamar de avaliação do governo pelo mercado financeiro é o mesmo do levantamento realizado em março de 2023, mas demonstra uma piora constante após bater, em julho de 2023, os 44% de negativo. Na última divulgação de março deste ano, 64% consideravam o governo negativo. De lá para cá, houve uma piora considerável.


O resultado aparece em um cenário de questionamentos do mercado financeiro à condução da economia pelo governo federal e disparada do dólar. Um dos motivos do mau humor é o pacote de gastos apresentado pelo governo para economizar R$ 70,5 bilhões em dois anos. As medidas são consideradas insuficientes por integrantes do mercado.


A condução da política econômica pelo governo é avaliada como 96% errada pelo mercado. Diante disto, a perspectiva da economia para os próximos 12 meses é de piora para 88%. Há 10% que acreditam que vai ficar do mesmo jeito, e só 2% acreditam em uma melhora.

PIB

O crescimento médio de 3,3% do Produto Interno Bruno (PIB) é atribuído pelos respondentes da pesquisa a: ações promovidas pelo Governo Lula (42%), ações promovidas pelo governo Bolsonaro (30%), uma retomada natural da economia depois de crise da Covid (22%) e uma maior confiança dos agentes da economia (6%).


O levantamento foi realizado da última sexta-feira (29/11) até essa terça-feira (3/12). Foram realizadas 105 entrevistas com fundos de investimentos com sede nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. As entrevistas foram aplicadas on-line a gestores, economistas, analistas e tomadores de decisões do mercado financeiro.



Gastos públicos

O tema equilíbrio fiscal é reconhecido como uma preocupação do governo apenas por 29% do mercado, ante 71% que não veem empenho da gestão federal para lidar com a questão. Com isto, ninguém (0%) dá “muita credibilidade” ao arcabouço fiscal. As demais opiniões se dividem entre pouca credibilidade (42%) e nenhuma credibilidade (58%).


Pelo arcabouço fiscal, a meta de 2024 é de déficit zero. No entanto, há uma margem de segurança que permite déficit de até R$ 28,7 bilhões. O governo acredita fechar no negativo, mas com R$ 27,7 bilhões, ou seja, dentro do limite do arcabouço. O objetivo é que haja uma trajetória de equilíbrio e que, em 2028, seja alcançado superávit de R$ 150 bilhões.



O mercado financeiro também avaliou as medidas propostas no pacote de ajuste fiscal do governo federal. Há 99% que entendem que o fim da “morte ficta” – que é quando um militar morre, mas a família recebe pensão – podem ajudar a economia.

O mercado financeiro também avaliou as medidas propostas no pacote de ajuste fiscal do governo federal. Há 99% que entendem que o fim da “morte ficta” – que é quando um militar morre, mas a família recebe pensão – podem ajudar a economia.



A maioria dos pontos assinalados pela Fazenda são bem vistos, mas a ampliação da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil por mês tem avaliação oposta. Só 15% veem que isto pode ajudar e outros 85% entendem que a medida não contribui para a economia do país.



Fontes VB / Metrópoles

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