Maria Bonita nasceu em 1911, na cidade de Paulo Afonso, na Bahia.
Ela foi uma criança típica do lugar onde nasceu e tinha brincadeiras um pouco diferentes das que você conhece hoje: brincava nas lagoas, fazia bonecas de sabugos de milho --os cabelos do sabugo viravam os cabelos das bonecas--, andava a cavalo com o pai José Gomes de Oliveira e até ajudava a plantar milho e feijão.
Seus maiores companheiros nas brincadeiras eram seus irmãos. E ela tinha 11! Mas, como a casa onde moravam era grande, com muitos quartos, tinha espaço para todo mundo. E tinha também um pomar, onde dava para brincar de casinha, de esconde-esconde e de cabra-cega.
No entanto, naquela época, as crianças não aproveitavam muito a infância e se casavam cedo. Maria Bonita, por exemplo, casou quando tinha 16 anos com seu primo José Miguel da Silva, que era sapateiro. Mas, como não se dava bem com o marido, ela se separou logo depois e, aos 18 anos, conheceu Lampião e se apaixonou por ele.
O amor de Maria Bonita e Lampião era como esses que a gente vê no cinema. Ela gostava tanto dele que virou cangaceira como ele.
Vida de herói-bandido
Apesar de ter sido o cangaceiro mais famoso, Lampião não inventou o cangaço. Já existia esse tipo de bandido alguns séculos antes de ele nascer. Mas Lampião, que se chamava, na verdade,Virgulino Ferreira, decidiu ser cangaceiro nos anos 20, depois que seu pai foi morto por um policial e sua mãe morreu de tristeza.
A vida de Lampião, Maria Bonita e um grupo de homens era andar pelo sertão do Nordeste roubando os bens dos fazendeiros e coronéis. Por isso, algumas pessoas achavam que os cangaceiros eram maus, enquanto outras os viam como heróis, que combatiam os ricos.
Para homenagear Maria Bonita, a cidade onde ela nasceu vai organizar exposição de fotos, palestras e outras atividades. Os dois bandidos-heróis também apareceram em muitos filmes, músicas e livros, e são lembrados até hoje em todo o Brasil.
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Folha.com
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