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Crianças refugiadas bebem sangue dos pais para sobreviver no Iraque



As crianças refugiadas que estão encurraladas na montanha Sinjar, no norte do Iraque, após terem fugido com suas famílias de fanáticos islâmicos, estão bebendo o sangue dos pais para se manter vivas.

As famílias que seguem a religião Yazidi e o Cristianismo têm sido perseguidas por jihadistas desde a semana passada. Elas conseguiram escapar para a montanha e têm vivido sob temperaturas de 50ºC, sem água, comida ou abrigo. Cerca de 8 mil pessoas permanecem na montanha.

Um correspondente da Sky News que está no campo de refugiados contou alguns relatos dos iraquianos: "um homem acabou de me contar que viu quatro crianças morrerem de sede. Não havia nenhum lugar para enterrá-las na montanha, então apenas colocaram pedras em cima de seus corpos. Outro homem disse que as crianças estavam com tanta seder que seus pais começaram a cortar as próprias mãos para dar o sangue para elas beberem".

Cerca de 2 mil refugiados conseguiram chegar a um campo de refugiados em Derabon, pequena cidade próxima à fronteira com a Turquia. Sem passaportes, muitos não podem sair do país e têm que esperar a situação se estabilizar no Iraque. Outras têm optado por pagar "coiotes" para levá-las para fora do país ilegalmente, sem passar pela fronteira oficial.

Ajuda vira desastre
Um helicóptero de resgate caiu nesta última segunda-feira (11) quando tentou decolar com uma grande quantidade de refugiados iraquianos. O piloto morreu e diversas crianças ficaram feridas ao colidir no Monte Sinjar, no Iraque.

Quando o helicóptero de resgate estava para pousar na região, uma multidão de refugiados se aglomeraram à sua porta para entrar e se salvar.

Duas crianças foram lançadas para dentro da aeronave por seus pais, em uma tentativa de mantê-las seguras. Outro homem se pendurou no lado de fora do helicóptero e ficou suspenso no ar, até perder as forças e cair em direção à morte.

"Milhares de pessoas estão tentando se salvar. Você pode imaginar como é quando pousa no meio de 5 mil pessoas e só pode levar 10 ou 20 delas, e todo mundo tenta entrar no helicóptero", disse à BBC um agente da Organização das Nações Unidas, Mirza Dinnay.

"É uma situação perigosa porque todo mundo se empurra. Vários não comem há pelo menos 9 dias e eles estão vivendo debaixo de um sol quente", continuou o agente, que disse ainda que o helicóptero que caiu tinha capacidade para 15 pessoas. Cinquenta estavam a bordo.


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