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Fiscalização flagra cão roendo ossos humanos no maior cemitério de Maceió

O Ministério Público (MP) de Alagoas fez uma vistoria no cemitério de São José, o maior de Maceió, nesta terça-feira (9), e constatou uma série de irregularidades. A que mais chamou a atenção foi a cena de um cachorro roendo ossos humanos retirados de covas rasas. "Essa cena do cão, sem dúvida, foi a mais chocante. Mas encontramos também covas sem as medidas corretas, rasas, desorganização, ossos expostos. São coisas absurdas e que o MP vai cobrar amanhã que seja resolvido", disse o promotor Flávio Gomes da Costa, responsável pelo inquérito. A fiscalização foi feita como parte das investigações de um inquérito civil, que foi aberto para investigar uma denúncia de que os restos mortais de uma pessoa enterradas no local havia desaparecido do cemitério. Durante a visita, foi constatado que o cemitério está totalmente superlotado, e não tem controle dos sepultamentos. No local, há covas feitas em espaços minúsculos, em meio às estreitas ruas do local. O cemitério suspendeu os sepultamentos desde novembro justamente por conta de problemas de espaço. A prefeitura informou que o local tem 16 quadras, com 900 covas oficias, mas o número de corpos enterrados deve ser bem maior. Segundo o promotor, uma reunião com a prefeitura de Maceió está marcada para essa quarta-feira (10), quando o município deve entregar um relatório sobre as condições do cemitério. "A prefeitura tem ciência dos problemas e vai ter de nos dizer, nesse relatório, todos os problemas e apontar soluções. Com isso, vamos propor um termo de ajuste de conduta, que a prefeitura deve assinar, sob pena de responder ação na Justiça. É um cenário caótico, de falta de respeito a tudo a que você imaginar. Isso tem que ser resolvido urgentemente", disse. Em nota, a prefeitura informou que, no dia 14 de novembro, uma portaria suspendeu todos os sepultamentos devido à "grande demanda" somada à "escassez de local para a realização". O prazo de interdição é de 60 dias. Segundo a prefeitura, os enterros estão sendo direcionados a outros quatro cemitérios públicos da cidade. Também como parte da solução, restos mortais do cemitério estão sendo retirados e direcionadas para ossuários de outros locais para guarda. "O São José é um dos cemitérios mais antigos da nossa capital, com mais de 90 anos de funcionamento. Por ser um dos mais tradicionais e por sua localização, é grande a procura por sepultamentos no local e isso acarretou numa escassez", afirmou, na nota, Reinaldo Braga, superintendente de Controle do Convívio Urbano de Maceió.

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