A Bahia é o segundo estado com a maior taxa de mortos em acidentes nas rodovias federais. De acordo com o balanço de 2014 divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram 9,41 mortos para cada um milhão de veículos acidentados.
A Bahia perde apenas para Minas Gerais, onde a taxa é de 13,79 mortos. Segundo dados da PRF-BA, foram 10.347 acidentes em 2014, com 792 óbitos. Na comparação com 2013 (quando foram registradas 10.384 ocorrências, com 799 mortos), houve uma redução de 0,36%. Já o número de feridos aumentou 0,95%: foram 6.372 registrados ano passado, contra 6.312 em 2013.
No ranking do número de acidentes, o estado fica na sétima posição, com 122,98 registros para cada um milhão de veículos. Os três primeiros colocados foram Minas Gerais (259,06), Santa Catarina (215,09) e Paraná (203,26). A PRF não informou os dados referentes ao ano de 2013.
A inspetora da PRF-BA, Mércia Oliveira, destacou que aspectos como o "crescente uso de motocicletas" têm interferido nas mortes em acidentes nas rodovias federais. "Só os motociclistas já são um quarto das mortes. As pessoas passaram a usar mais motocicletas. Além disto, há a questão das colisões frontais, que representam um terço e geralmente ocorrem em pistas simples, onde se passa raspando no veículo em sentido contrário", afirmou.
Ela disse haver poucas rodovias federais que cortam a Bahia e são duplicadas. "Até 2014, a gente só tinha a BR-324. Em 2015, vários quilômetros da BR-116 foram duplicados, mas as BRs-242 e 101 deveriam ser duplicadas. A 101 é a que mais mata. Ela é duplicada em todo o Brasil, mas quando chega aqui fica simples", disse Mércia.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), responsável pela maioria dos trechos das rodovias federais que cortam a Bahia, foi procurado, mas sua assessoria não atendeu às ligações feitas na tarde de quarta-feira, 11.
Por sua vez, a concessionária ViaBahia, que administra o trecho da BR-324 entre Salvador e Feira de Santana e o trecho da BR-116 entre Feira de Santana e a divisa com o estado de Minas Gerais, informou que duplicou 103 km. São eles o trecho sul do anel de contorno rodoviário de Feira de Santana e os 80 km iniciais da BR-116. No entanto, ainda há 474 km sem duplicação.
"Aqui na Bahia, as rodovias mais perigosas são as BRs-324, 116 e 101, onde há mais fluxo. Os trechos mais arriscados são aqueles em que há cruzamentos em trechos urbanos porque mistura pessoas no ritmo urbano com o pesado de rodovias", frisa a inspetora da PRF-BA.
A PRF divulgou também que, considerando-se todo o país, 4% dos acidentes em 2014 tiveram vítimas fatais. Outros 37% com feridos e 59% sem vítimas. O índice de 73% dos acidentes ocorreu em traçados retos da via. Com relação às causas dos acidentes, a PRF destacou que 94% foram provocados por fatores humanos, 4% por defeito nos veículos e 2% por defeito na via.
Falha humana
Os principais erros cometidos, segundo a PRF, foram falta de atenção, velocidade incompatível, ultrapassagem indevida, ingestão de bebida alcoólica e desobediência à sinalização. Das vítimas fatais, 57% eram motoristas, 28% passageiros e 15% pedestres.
"A falha mecânica é o menor percentual. O que mais mata está relacionado ao condutor. O fator humano é preponderante, mas há a questão das rodovias também, que precisam ser mais modernizadas, com pelo menos a duplicação", disse a inspetora da Polícia Rodoviária Federal na Bahia.
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