Um homem que estava em liberdade provisória por receptação se apresentou à Justiça usando um carro roubado, como mostra reportagem do RBS Notícias. Após ele e outra pessoa que também ocupava o veículo terem sido presos e a Polícia Civil ter pedido à Justiça que eles ficassem em prisão preventiva, menos de 12 horas depois da detenção, a dupla foi solta.
O fato aconteceu na noite desta terça-feira (26). O veículo usado pelo homem para ir ao Fórum do bairro Sarandi, na Zona Norte de Porto Alegre, chamou a atenção de policiais que sabiam sobre o crime. Eles verificaram as placas e constataram que se tratava do mesmo automóvel que havia sido roubado. A dupla foi presa às 19h40, e solta às 9h45 do dia seguinte.
"Foi uma situação tragicômica", define o delegado Arthur Raldi, que não teve o pedido de prisão preventiva atendido pela Justiça. "Sem dúvida alguma isso acaba dificultando o nosso trabalho de investigação, porque a gente prende e eles acabam indo para a rua e delinquindo", lamenta.
O diretor do Departamento Estadual de Investigação Criminal (Deic), Eduardo de Oliveira César, concorda. "É um absurdo. E pior: foram autuados em flagrante, a autoridade policial representou pela prisão preventiva, para que eles fossem mantidos. Inclusive, foi uma situação audaciosa", afirma.
Juíza Mirtes Blum |
Já a juíza Mirtes Blum, que determinou a liberdade à dupla, disse que manteve presas 11 pessoas na mesma noite, mas não viu razões para não soltar os suspeitos.
"O fato em si é curioso, mas não se pode se pode em um primeiro momento, dentro daquilo que foi apresentado, dizer que essa pessoa tinha conhecimento de que se tratava de um veículo objeto de roubo", diz a magistrada, acrescentando que o fato de um dois ter antecedentes por receptação não muda seu ponto de vista.
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