Após 965 dias ininterruptos de trabalho, o consórcio de veículos de imprensa encerra sua missão de garantir a transparência sobre o impacto do coronavírus e da vacinação. O consórcio foi criado em junho de 2020 quando o governo de Jair Bolsonaro (PL) tentou omitir dados da população e atrasar os boletins sobre a doença.
O fim do consórcio não significa que a pandemia de covid-19 acabou, mas que não há mais necessidade de apuração diária dos dados em conjunto pelos veículos. A divulgação dos casos e mortes, portanto, continuará a ser feita por cada órgão de imprensa.
"Quando o vácuo de transparência do governo federal parecia sem volta, com a falta de divulgação de números e a ausência total de padrão na divulgação de mortes e casos de covid, com um país sem plano de combate à doença e nenhuma vacina à disposição, contribuímos com dados confiáveis para que o Brasil não ficasse às cegas. É missão do Estado cumprir com a transparência de suas políticas. Encerrar a captação dos dados de covid pelo consórcio é um voto de confiança, mas com a mensagem de que estaremos atentos para eventuais inconsistências", disse Alexandre Gimenez, gerente-geral de Notícias, Economia e TAB do UOL.
Nos últimos meses, os dados dos governos estaduais e federal têm se mostrado confiáveis. E apontam para uma situação que os epidemiologistas consideram sob controle, ainda que exija atenção para o aumento dos níveis de vacinação e outras medidas de prevenção.
Os veículos de imprensa continuam atentos às variações dos índices e mantêm o compromisso de informar a população sobre a doença. Ao longo de mais de dois anos e meio, mais de uma centena de jornalistas do UOL, g1, O Globo, Extra, Estadão e Folha trabalharam todos os dias de forma colaborativa para coletar nas secretarias estaduais de Saúde os números de contaminados e mortos por covid, além da quantidade de vacinados. Os dados, consolidados sempre às 20h, foram divulgados diariamente pelos veículos participantes e alimentaram milhares de conteúdos jornalísticos em texto e vídeo.
"O consórcio cumpriu o papel da imprensa profissional de manter o público informado num tema vital quando o governo federal se omitiu dessa tarefa", afirmou Sérgio Dávila, diretor de Redação da Folha.
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