Segundo o presidente da Ajufe, Gabriel Wedy, no dia 27 de abril os juízes federais só vão trabalhar em casos considerados emergenciais. Audiências marcadas para este dia deverão ser desmarcadas pela categoria.
Essa é a segunda vez que a categoria aprova uma paralisação. Em 2000, a manifestação chegou a ser aprovada, mas não aconteceu porque as negociações foram reabertas na véspera da data marcada. Este ano, os juízes esperam que as negociações sejam abertas até o dia 27 de abril.
"Nossa paralisação foi aprovada por 83% da carreira. Vamos atender aos pedidos de urgência. Não vamos fechar as portas para a população. Teremos a responsabilidade de manter os serviços de urgência, como medicamentos, habeas corpus e prisões. A população pode ficar tranquila que estes serviços serão mantidos", disse o presidente da Ajufe, Gabriel Wedy.
Uma das principais reivindicações dos magistrados é a igualdade de direitos com os servidores do Ministério Público, entre elas, o auxílio-alimentação, que não é pago para os juízes federais. A categoria também pede o direito a licença-prêmio, que é concedida aos membros do MP.
"Este pleito visa resgatar a dignidade do juiz. Se a Constituição diz que magistrados e Ministério Público são iguais, não podemos deixar que esta diferença aconteça", afirmou o presidente da Ajufe.
Quanto à questão salarial, os magistrados pedem uma revisão dos subsídios de 14,79%. Segundo a Ajufe, em seis anos, a categoria recebeu 8% de reajuste salarial. Pelos cálculos da Ajufe, se o reajuste for concedido, o salário líquido do magistrado em início de carreira passaria de cerca de R$ 12 mil para R$ 13,4 mil. No caso do presidente do Supremo Tribunal Federal, o salário passaria para R$ 30,1 mil.
"Nós lutamos para implementar o teto do funcionalismo do país. Mas em seis anos, recebemos apenas uma revisão de 8%. Os parlamentares, no último ano, que também estavam sem reajuste, se concederam um reajuste de 64%. O magistrado não tem como fazer isso", disse o presidente da associação.
Outra reivindicação da categoria é quanto à criação de uma política de segurança para os magistrados. Casos recentes de violência contra juízes motivaram a categoria a pedir a criação de uma polícia especializada na segurança de juízes federais.
Um projeto já tramita no Congresso para a criação de uma guarda especializada para esse tipo de segurança. "A Polícia Federal até tenta, mas não tem estrutura para dar segurança aos juízes ameaçados no país. Falta pessoal para a Polícia Federal", diz o presidente da Ajufe.
INFORMAÇÕES DO G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário