Bebê recém-nascido é encontrado em lixão em Presidente Dutra

Um bebê recém-nascido foi encontrado 
morto em um lixão no povoado de Minas 
do Espírito Santo, a cerca de 46Km do 
município de Presidente Dutra, na região 
de Irecê. O bebê, do sexo masculino, 
estava enrolado em um pedaço de 
pano e foi encontrado no final da tarde 
de sexta-feira (30) por um morador, 
que fez uma ligação anônima para a polícia.

A mãe do bebê, a lavradora Zélia Maria 
Gomes, de 27 anos, foi interrogada 
ontem pelo delegado de Presidente 
Dutra, Almir Góes. Segundo o delegado, 
a mulher relatou que fez o parto 
em casa, na presença do filho de 2 anos, 
e entrou em ‘estado de transe, ficando 
fora de si’.  O delegado disse que Zélia 
não soube confirmar a data exata do parto, 
somente que foi no dia 26 ou 27 de março. 
Após ter o bebê, relatou o delegado, 
a mulher enrolou o feto em um pedaço 
de pano, guardou-o em casa durante 
dois dias e depois jogou em um lixão, 
a cerca 1km de sua casa.

Zélia Maria passou por diversos exames 
durante todo o dia de ontem e 
continua sob cuidados médicos. O 
delegado disse que populares indignados 
tentaram linchar a mulher e, por esta 
razão, ela encontra-se em um local 
isolado. Ele acrescentou ainda que 
Zélia receberá acompanhamento 
psicológico e psiquiátrico para identificar 
se sofre de transtornos mentais. 


“Aparentemente ela é uma pessoa normal, 
chorou muito durante o interrogatório e 
disse estar muito arrependida”, contou 
Góes, ressaltando que o laudo técnico 
revelará o que realmente aconteceu.

Gravidez Indesejada - De acordo com
 o delegado, Zélia revelou que teve uma 
gravidez indesejada e que o pai da 
criança é um homem de prenome Paulo, 
que conheceu no povoado durante uma 
festa e nunca mais o viu. O filho de Zélia 
está com tios e tias e, segundo informações, 
muito transtornado. “No momento, ela (Zélia)
e seu filho, precisam mais é de 
acompanhamento psicológico e apoio da 
família”, relatou o delegado. Caso seja 
comprovado crime de infanticídio 
(assassinato de crianças nos primeiros anos de vida), a pena poderá ser de 2 a 6 anos de prisão.

(Por Pascoal Ferreira)