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"Eu me senti humilhado, porque ela ficou rindo de mim o tempo todo", diz acusado de estupro entrevistado por repórter 
Defensores públicos visitaram Paulo Sérgio na cadeia |Foto: Divulgação
A subcoordenadora de Proteção aos Direitos Humanos da Defensoria Pública da Bahia, Fabiana Miranda, acompanhado do defensor público, Rodrigo Assis, visitaram na tarde desta quarta-feira (23) Paulo Sérgio Silva Sousa, de 18 anos. Sousa está preso desde o último dia 21 de maio na 12ª Delegacia Circunscricional de Polícia de Itapuã, em Salvador, acusado de assalto e estupro. O detido participou de uma entrevista feita dois dias após a sua prisão pela repórter Mirella Cunha, do programa Brasil Urgente Bahia, da TV Band. A reportagem ganhou repercussão nacional nesta terça (23). Em conversa com a defensora pública, o acusado relatou como se sentiu durante a entrevista: “Eu me senti humilhado, porque ela ficou rindo de mim o tempo todo. Eu chorei porque sabia que ali, eu iria pagar por algo que não fiz, e que minha mãe, meus parentes e amigos iriam me ver na TV como estuprador, e eu sou inocente”. Segundo Fabiana, Sousa é réu primário, vive nas ruas desde criança, apesar de ter residência em Cajazeiras 11, periferia da capital baiana. Ele tem seis irmãos, é analfabeto e já vendeu doces e balas dentro de ônibus. Para a defensora, a profissional de imprensa não se limitou ao dever de informar e teria atingido a honra, a dignidade e a imagem do detido. "A reportagem utilizou a imagem do acusado para humilhá-lo, achincalhá-lo, expô-lo ao ridículo, apenas com o intuito de utilizá-lo em uma tentativa de angariar audiência, de forma sensacionalista, às custas da violação da sua dignidade", afirmou. Ainda segundo Fabiana, Sousa já conta com assistência jurídica, o que deslegitima o órgão a adotar qualquer medida. 


ASCOM (Cathy Rodrigues/Defensoria Pública)

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