O novo coronavírus é mais poderoso do que se pensava: ele pode pode permanecer no ar em ambientes abertos e no interior de prédios por tempo indeterminado. Assim, o risco de contágio é substancialmente maior. A descoberta foi de um estudo publicado na revista Nature nesta segunda-feira (27).
De acordo com a pesquisa, foram detectadas partículas em suspensão do coronavírus, em aerossol, no monitoramento ambiental de dois hospitais de tratamento de Covid 19 de Wuhan, na China, além de áreas públicas vizinhas a eles. Os cientistas, porém, não ainda não conseguiram determinar o potencial de infecção desses vírus em suspensão no ar.
Para o estudo, feito pela equipe de Ke Lan, da Universidade de Wuhan, foram coletadas 40 amostras de 31 lugares. Os pesquisadores destacaram que o número de amostras analisado é pequeno, porém, a descoberta é importante para manter o alerta sobre a necessidade de evitar multidões, de se ter uma boa ventilação e de realizar desinfecção de todos os ambientes.
As amostras com o coronavírus foram encontradas dentro e fora de dois hospitais dedicados à Covid 19 - um deles, uma unidade de campanha - em fevereiro e março. Nas enfermarias, a concentração era maior do que nos banheiros. O motivo? As enfermarias eram isoladas e tinham o ar trocado em um ambiente controlado.
Os locais com a maior concentração, aliás, foram as salas usadas para a retirada dos EPIs por profissionais de saúde. Porém, segundo a pesquisa, os valores caíram significativamente depois que o rigor e a frequência de desinfecção desses lugares foram aumentadas.
O vírus ainda foi achado em suspensão no ar nas imediações de prédios residenciais e supermercados próximos aos hospitais - porém, em concentrações menores. Por outro lado, uma área aberta junto a uma das unidades de saúde, onde passava mais gente, teve elevada concentração de coronavírus registrada. Provavelmente, pois muitas dessas pessoas estavam com a doença.
Já está comprovado que a covid-19 pode ser transmitida através do contato próximo com uma pessoa infectada, por inalação de gotículas liberadas pela respiração ou a fala de alguém que esteja com o coronavírus ou de contato com superfícies contaminadas. Sobre o contágio pelo ar, com as partículas em suspensão, ainda nada foi comprovado. Assim, essa investigação deve ser o próximo passo dos cientistas
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