Um homem armado com uma faca atacou várias pessoas na saída da igreja de Notre-Dame, em Nice, na França, na manhã desta quinta-feira (29). De acordo com a imprensa francesa, pelo menos três pessoas morreram no ataque, duas delas dentro da igreja. Autoridades francesas falam em atentado terrorista.
De acordo com o jornal francês "Le Parisien", pelo menos uma das vítimas foi degolada pelo agressor, que tentou se esconder em um banheiro dentro da igreja após o ataque. O homem foi baleado e preso pela polícia.
Ainda de acordo com a publicação francesa, o prefeito de Nice, Christian Estrosi, teria afirmado que o homem, enquanto era socorrido, repetia a frase "Allahu Akbar" ("Alá é grande", em português). Em uma publicação no Twitter, Estrosi comparou o ataque em Nice ao do professor Samuel Paty, morto há 13 dias por um adolescente muçulmano após mostrar caricaturas do profeta Maomé durante uma aula.
"Treze dias depois de Samuel Paty, nosso país não pode mais estar satisfeito com leis de paz para destruir o islamo-fascismo", escreveu o prefeito de Nice. Em outra publicação, Estrosi afirma que duas pessoas foram mortas dentro da igreja e que Nice "pagou um preço muito alto, como nosso país nos últimos anos".
Este é o segundo ataque com faca registrado em Paris neste ano. O primeiro ocorreu no mês passado, em uma região próxima à redação da revista satírica Charlie Hebdo, onde, em 2015, um massacre deixou 12 jornalistas mortos e 11 feridos.
Mulher e idosa mortas
De acordo com o jornal "Le Figaro", as duas vítimas mortas dentro da igreja são uma mulher idosa, que teria sido quase decapitada próximo a uma pia de água benta, e um sacristão da igreja. A terceira vítima teria conseguido fugir e se refugiar em um café, mas foi morta com múltiplas facadas pelo agressor. A publicação também afirma que o agressor seria um jovem de aproximadamente 20 anos, identificado apenas como "Brahim". Ele teria dito que agiu sozinho.
O ministro do Interior, Gerald Darmanin, convocou uma reunião de crise para acompanhar o caso. Em uma mensagem publicada em sua conta no Twitter, Darmanin disse que uma operação policial estava em curso e que havia conversado com o prefeito da cidade.
O presidente francês, Emmanuel Macron, também participou da reunião de crise, segundo a imprensa francesa. É esperado que Macron vá até Nice ainda na manhã desta quinta-feira para acompanhar a situação pessoalmente.
Histórico de ataques
Desde 2015, a França sofre com sucessivos atentados. Além do ataque à revista Charlie Hebdo, em novembro do mesmo ano, a casa de shows Bataclan, em Paris, foi alvo de um atentado terrorista com cerca de 90 mortos. A ação aconteceu simultaneamente a outros atentados na capital da França, dentre eles explosões nas proximidades de um estádio onde ocorria um jogo entre as seleções francesa e alemã. O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria dos massacres, que totalizaram 130 vítimas.
A cidade de Nice também já foi alvo de um atentado, em 2016. Dezenas de pessoas morreram atropeladas por um caminhão enquanto celebravam o Dia da Bastilha.
Em 2018, três pessoas foram vítimas de um ataque terrorista a um supermercado no sul da França, mais uma vez reivindicado pelo EI.
Correio do Nordeste
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