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Rombo fiscal no Brasil se aproxima de R$ 1 trilhão em 2024 - Haddad culpa a taxa Selic

 


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em 2023 que a taxa Selic elevada aumenta o deficit fiscalO ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em 2023 que a taxa Selic elevada aumenta o deficit fiscal - Foto: Sérgio Lima/Poder360ECONOMIA

Deficit nominal do setor público consolidado aumentou R$ 494 bilhões em 1 ano, segundo o Banco Central.

O resultado nominal do setor público consolidado, incluindo o pagamento de juros da dívida, apresentou um déficit de R$ 991,9 bilhões nos últimos 12 meses até janeiro. Esse saldo negativo se aproxima das máximas históricas registradas entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, durante o auge da pandemia de Covid-19.

O rombo de R$ 1 trilhão foi ultrapassado em quatro meses na história: outubro de 2020, dezembro de 2020, janeiro de 2021 e fevereiro de 2021, com o maior déficit atingindo R$ 1,016 trilhão em janeiro de 2021. Naquele período, os entes federativos aumentaram os gastos para mitigar os impactos negativos da crise sanitária na vida dos brasileiros.


Os dados são do Banco Central e referem-se ao setor público consolidado, composto por União, Estados, municípios e estatais. Em janeiro de 2023, o déficit nominal acumulado em 12 meses atingiu R$ 497,8 bilhões, um aumento de R$ 494,1 bilhões em relação ao ano anterior.


As despesas com os juros da dívida pública cresceram significativamente no período. Nos últimos 12 meses, o setor público consolidado teve desembolsos de R$ 745,9 bilhões até janeiro, o valor mais alto da série histórica iniciada em 2002. Excluindo o pagamento de juros, o déficit primário foi de R$ 246 bilhões em 12 meses até janeiro.


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em março de 2023 que a elevada taxa Selic contribui para o aumento do déficit fiscal. Os dados do Banco Central indicam um encarecimento do financiamento da dívida brasileira. Em outubro de 2020, quando o déficit nominal superou pela primeira vez a marca de R$ 1 trilhão, a taxa básica de juros era de 2% ao ano. Atualmente, está em 11,25%. Uma parte significativa da dívida está atrelada à Selic, e quanto maiores forem os juros, maior será o esforço do setor público para financiar o passivo.


A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) atingiu 75% do Produto Interno Bruto (PIB), um aumento de 3,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Em janeiro, alcançou o maior nível desde julho de 2022, totalizando R$ 8,2 trilhões em valores.


*Com informações do Poder360


Maiores gastos com juros da dívida acumulados em 12 meses:

2020: R$ 349,2 bilhões;

2021: R$ 315,7 bilhões;

2022: R$ 425,7 bilhões;

2023: R$ 621,0 bilhões;

2024: R$ 745,9 bilhões.



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