Setembro Amarelo: campanha reforça importância de pedir ajuda e combater estigmas sobre saúde mental

No Brasil, por dia, uma média de 38 pessoas tiram a própria vida. O dia 10 de setembro é marcado pelo Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, que orienta a busca por ajuda



O mês de setembro é marcado pelo Setembro Amarelo, reforçando uma campanha de valorização da vida, e o dia 10, foi escolhido como a data Mundial de Prevenção do Suicídio e tem como objetivo promover diálogo, informação e acolhimento, reduzindo o estigma em torno da saúde mental. 

Dados da Organização Mundial da Saúde – OMS, no Brasil, indicam que os registros de suicídio se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia. Os motivos que levam uma pessoa a tirar a própria vida podem envolver desde aspectos sociais e econômicos até os psicológicos e psicopatológicos. Embora, em sua maioria, apresentam como base diferentes transtornos mentais, sendo a depressão o mais comum.  

De acordo com a psicóloga Railma Dantas, mestre, professora e coordenadora do curso de Psicologia da Ages, instituição, integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil: o Ecossistema Ânima, a data é fundamental para conscientizar e incentivar as pessoas a cuidarem da saúde emocional. “É importante entender que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas de coragem e cuidado consigo mesmo. Falar sobre o sofrimento abre espaço para apoio e prevenção”, afirma. 


*Reconhecer os sinais é essencial* 


Segundo Railma, alguns sinais podem indicar que alguém precisa de ajuda, como isolamento social, mudanças bruscas de comportamento, falas sobre morte ou desesperança, perda de interesse em atividades e alterações no sono ou no apetite. “Nessas situações, ouvir sem julgamentos, validar os sentimentos da pessoa e encorajá-la a buscar ajuda profissional é fundamental”, explica. 


Um dos maiores equívocos relacionados ao tema, segundo a especialista, é a ideia de que falar sobre suicídio incentiva a prática. 

“Na verdade, quando falamos com responsabilidade, criamos um espaço de acolhimento que pode salvar vidas. O silêncio, sim, pode ser perigoso”, destaca. 

 

*O papel da psicoterapia e da rede de apoio*


A psicoterapia é apontada pela psicóloga como uma ferramenta fundamental no cuidado. “Ela oferece um espaço seguro para expressão, auxilia na identificação das causas do sofrimento, desenvolve estratégias de enfrentamento e fortalece recursos internos”, explica Railma. 


Ela lembra ainda que fatores como estresse, ansiedade e depressão, quando não tratados, podem fragilizar o equilíbrio emocional e elevar o risco de suicídio. “Por isso, promover educação sobre saúde mental, incentivar diálogos abertos, combater preconceitos e ampliar o acesso a serviços de cuidado psicológico são medidas urgentes.” 


Além da ajuda profissional, a rede de apoio exerce papel decisivo. “O acolhimento de familiares, amigos e colegas fortalece o sentimento de pertencimento e reduz o isolamento. Pequenos gestos de empatia podem fazer grande diferença na vida de quem sofre”, ressalta. 


*Dicas de cuidado e mensagem de esperança* 


Entre as práticas que contribuem para a saúde mental, Railma recomenda atividade física, sono regular, cultivo de relações saudáveis, desenvolvimento de hobbies, expressão de sentimentos e, sempre que necessário, a busca por apoio profissional. 


A psicóloga deixa ainda uma mensagem para quem enfrenta momentos de sofrimento: 

“Você não está sozinho, pedir ajuda é um ato de coragem.” 

E para quem deseja apoiar alguém em dificuldade: 

“Esteja presente, escute com empatia e incentive a busca por cuidado profissional. Você pode ser um elo importante nessa rede de proteção à vida.” 


A campanha Setembro Amarelo é um convite para que toda a sociedade se mobilize em prol da vida. “Ouvir sem julgamentos, oferecer apoio e incentivar quem sofre a procurar ajuda profissional pode salvar vidas. Falar é a melhor solução”, conclui a psicóloga.




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