Um novo estudo fornece evidências de que o cérebro humano emite sinais de luz extremamente fracos que não apenas passam pelo crânio, mas também parecem mudar em resposta aos estados mentais. Os pesquisadores descobriram que essas emissões de luz ultrafracas poderiam ser registradas no escuro completo.
Os achados fazem parte de um novo estudo publicado no periódico iScience, da revista Cell Press.
Para chegar aos resultados, os cientistas recrutaram 20 pessoas adultas e saudáveis, que foram orientadas a seguir instruções básicas enquanto estavam sentadas em uma sala escura.
Diferente da claridade de uma luz incandescente, o fenômeno envolve partículas fracas de luz, chamadas fótons, provenientes de processos metabólicos e elétricos do órgão.
De maneira resumida, as emissões ultra-fracas de fótons (EUFs) são radiações luminosas emitidas por tecidos biológicos, com intensidades muito baixas e geralmente fora da faixa visível.
A pesquisa aponta ainda que as emissões refletem mudanças no estado cognitivo, o que sugere que a luz possa carregar informações pelo órgão. Os autores avaliam que os resultados possam abrir novos caminhos para o estudo da função cerebral.
"Os achados do estudo são importantes, pois abrem novas perspectivas sobre a função e a dinâmica do cérebro. A ideia de que a luz emitida pelo órgão esteja relacionada ao processamento de informações sugere que esses fótons podem desempenhar um papel na comunicação celular e na sincronização neuronal", avalia o neurocientista Fernando Gomes, professor livre docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
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