Minuto de silêncio lembra momento do acidente da TAM há cinco anos
Cerimônia homenageia as 199 vítimas da tragédia, ocorrida em 2007.
Sob forte chuva, familiares das vítimas do voo 3054 da TAM fizeram, na noite desta terça-feira (17), um minuto de silêncio para lembrar a tragédia, no exato momento em que, há cinco anos, o avião bateu contra um prédio na região do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo , deixando 199 mortos.
Às 18h50, um cabo do Comando Geral da Polícia Militar emitiu um toque de silêncio para representar o momento do acidente. Em seguida, houve apresentação do Coral da Gente, do Instituto Baccarelli. A Praça Memorial 17 de Julho foi inaugurada logo depois, encerrando a solenidade.
O presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM JJ3054 (Afavitam), Dário Scott, falou durante as homenagens. "No dia 17 de julho de 2007, os céus de São Paulo estavam iluminados por aquelas chamas do acidente. Hoje, os céus de São Paulo estão iluminados novamente com 199 pontos de luz aqui nesse memorial", disse.
Para simbolizar as vidas perdidas no acidente, os nomes das quatro vítimas que não tiveram seus corpos identificados foram lidos. "Nossa vida mudou completamente em cinco anos, nunca imaginei que estaria aqui em um memorial onde está o nome da minha filha, mas é importante estarmos aqui para lembrar da importância da segurança e do cumprimento das normas de voo", disse ele.
Missa
As solenidades na praça começaram com uma missa em homenagem às pessoas que morreram. A missa foi conduzida pelo bispo de Santo Amaro, Dom Fernando Antonio Figueiredo e acabou por volta das 18h50.
Familiares depositam fotos, flores e cartazes pela praça. "Esse é um solo sagrado. 199 pessoas morreram aqui e quero que a morte da minha filha simbolize a vida. Será a primeira vez que vamos celebrar a eucaristia, portanto a vida, nesse local", disse, emocionada, Silvia Masseran, mãe de Paula, que viajava com o namorado Lucas.
Após a missa, ocorreu no memorial uma benção ecumênica, com representantes de diversas religiões. "É um dia especial, emocionante, e curiosamente o clima de chuva se parece muito com aquele dia", diz Roberto Gomes, irmão de Mario Gomes.
A missa também foi acompanhada pelo diretor presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Pacheco dos Guaranys. "Acompanho a associação e vim atender ao convite para ver o memorial pronto", disse. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, também esteve na cerimônia. Familiares carregavam estrelas com os nomes das vitimas.
Mais cedo, familiares se reuniram para discutir os avanços no julgamento dos denunciados pelo acidente, mas ainda não há previsão de decisão da Justiça.
Protesto em Congonhas
Cerca de 20 parentes de vítimas protestaram no Aeroporto de Congonhas por mais segurança no transporte aéreo. A manifestação ocorreu na tarde desta terça feira. Como nos últimos anos sempre fazem na data, os parentes caminharam desde o setor de desembarque até o guichê da TAM. Lá, Dario Scott, representante da associação de amigos e parentes das vítimas, falou sobre os cinco anos da tragédia e convidou a todos para visitarem a Praça Memorial 17 de Julho.
Construída neste ano no local do acidente, a praça foi erguida ao redor de uma amoreira que permaneceu viva após o acidente. "Ela sobreviveu à explosão, ao incêndio e à implosão do prédio", disse Scott. "Ela simboliza nosso movimento."
Filha da tricoteira Eucita da Silva Ramos, a professora aposentada Carmem Canali, de 67 anos, elogiou a criação da praça, mas lamentou o que considera a persistência da insegurança no ar. "As empresas só pensam no lucro e não investem no bem da população", reclamou. Sua mãe tinha 85 anos quando perdeu a vida, ao lado de amigas tricoteiras.
Parentes participam de missa durante inauguração do Memorial
17 de Julho, em homenagem às 199 vítimas do acidente do voo
TAM JJ 3054
G1
(Foto: Nelson Antoine/Foto Arena/AE)
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