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'Fogo atinge o Vale do Capão', diz moradora da região


CHAPADA DIAMANTINA; bahia (Foto: Elói Correa/Agecom)
Um fogo atinge a vegetação na Ladeira dos Campos, dentro do Vale do Capão, localizado na cidade de Palmeiras, na Chapada Diamantina na Bahia, na tarde deste domingo (13). De acordo com informações de uma moradora do local, Cristine Pascoli, o incêndio deve ter sido criminoso. "Esse tipo de incêndio tem dia e hora para acontecer. Como a equipe de brigadistas conseguiu conter o fogo que atingia algumas regiões da Chapada Diamantina, hoje, por volta das 15h, começou outro incêndio, de pequeno porte, em uma região habitada", disse Cristine.
Ao G1 ela disse ainda que o marido, que é brigadista voluntário, saiu de casa para tentar conter o fogo, junto com outros voluntários e equipe do Corpo de Bombeiros. "O fogo atinge essa ladeira, porque ela está situada em uma área que, com a atuação do vento, as chamas são levadas facilmente para o topo do Vale", informou.
G1 conversou no fim da manhã do sábado (12) com o brigadista voluntário Adroaldo Vasconcelos, que disse que o combate aoincêndio na região da Chapada Diamantina está chegando ao fim. “Estamos no processo de resclado, finalizando o combate. Provavelmente amanhã [domingo], já podemos tirar todo mundo da serra”, afirmou o brigadista.

Na sexta-feira (11) o Governo do Estado e o Governo Federal enviaram apoio estrutural e físico. Um avião e um helicóptero foram disponibilizados para o combate, assim como 30 homens do Corpo de Bombeiros e 60 homens Instituto Socioambiental Chico Mendes (ICMBIO). Os mais de 60 brigadistas voluntários receberam equipamentos como botas, macacão, luvas, capacete e óculos, além de alimentos para as equipes.

“Ainda existe muita fumaça, mas não tem labareda. O tempo deu uma amenizada e uma leve garoa ajudou bastante. O clima mudou de ontem de tarde para noite, o que deu uma amenizada no calor”, disse. Vasconcelos disse ainda ao G1, que aproximadamente 2 mil hectares foram atingidos pelo fogo entre as Serras de Sobradinho e dos Cristais.  “A imagem de satélite mostra 1.200 hectares atingidos, essa diferença se dá porque a imagem de satélite não mostra os relevos, ela é plana. Por isso calculamos aproximadamente 2 mil hectares. No meio dessas duas serras  temos o Vale do 21, onde tivemos a maior perda da flora e fauna”, completa.
Combate na sexta-feira
Revezando as equipes, os guias da associação do Capão percorreram uma hora e meia, em várias viagens, para manter a linha de combate e evitar a propagação das chamas no Morrão. “A gente salvou o Morrão. O fogo chegou bem perto de queimar, ao lado. Hoje lá já amenizou, mas mudou a direção para a cachoeira do 21”, explica Tairo Augusto Ribeiro, chefe da brigada voluntária do Capão. Na sede da associação, cerca de 15 mulheres ficam de plantão preparando a alimentação para enviar ao mato.

Cada um da equipe carrega uma mochila com 20 litros de água e um abafador.  "Foi arriscado, a gente é voluntário, botamos a vida o máximo em risco. Aqui é o nosso lugar, estamos protegendo a natureza. É chamar Deus e ir", disse Tario Ribeiro, em seu descanso entre as já 100 horas de combate às chamas, período em que se deparou com muito animal morto, a exemplo de cobra, macaco, mico, largato, borboleta e passarinho, conforme descreve.
Apoio
Um helicóptero e um avião foram disponilizados para ajudar no enfrentamento, realizado ainda pelos técnicos do Instituto Socioambiental Chico Mendes e 30 bombeiros militares. Quatro carros estão no local para apoio em terra.
Segundo o secretário do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, outras aeronaves devem chegar até o início da próxima semana para auxiliar o combate ao fogo. “Vim para sobrevoar e verificar in loco, como está o incêndio aqui na Chapada. Agora estamos tendo uma visão mais clara da dimensão do fogo”, afirmou.

Pedido de socorro
Segundo o brigadista voluntário Adroaldo Vasconcelos, em entrevista na quinta-feira (10), o foco se alastra de forma muito rápida e o combate está se tornando cada vez mais difícil. "O cheiro dos animais mortos queimados é muito forte. Aqui nós não temos helicóptero, temos apenas a força de vontade dos brigadistas voluntários, além de um pequeno grupo do Corpo de Bombeiros e do Instituto Institucional Socioambiental Chico Mendes (ICMBIO)", afirmou.

Vasconcelos disse que a grande dificuldade é levar a água das nascentes dos rios até os focos de incêndio. "Temos que procurar as nascentes dos rios com o conhecimento dos brigadistas, já que muitos são guias no local, e depois levar essa água até os focos. Às vezes levamos de carro e muitas vezes transportamos a pé. O helicóptero chegaria em minutos e precisamos desse apoio de forma urgente", revelou.
 
Reunião

Uma reunião que aconteceu no fim da manhã desta sexta-feira, na cidade de Lençóis, definiu a estratégia para o combate ao fogo na localidade. O encontro contou com o coordenador do Corpo de Bombeiros, com o secretário de Meio Ambiente, assim como representantes do ICMBIO e brigadistas voluntários.

“A reunião foi para pensarmos uma melhor estratégia para combater as chamas. Vamos investigar se o incêndio é criminoso ou não, já que nesse período do ano, não é costumeiro o incêndio na região”, afirmou o secretário Eugênio Spengler. Foi definida a necessidade de planejar o ano de 2013 para antecipar as ações de combate às queimadas.
G1



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