Marido é preso acusado de ser mandante de estupro coletivo contra ex
Uma mulher sofreu um estupro coletivo em Curitiba, capital do
Paraná, e a polícia prendeu o ex-marido da vítima, acusado de ser o mandante do
crime. A ordem, segundo a polícia, era para estuprar e matar. A
enfermeira sofreu abuso sexual de um homem e dois adolescentes em novembro de
2012.
"Passei mal quando descobri que meu ex-marido era o
responsável. Nós éramos uma família, tivemos dois filhos", disse ao G1 a
mulher de 38 anos. O ex-marido dela foi preso na terça e três homens suspeitos
de participar do caso foram capturados na quarta com os dois adolescentes.
O casal se separou há 4 anos e, segundo a vítima, desde então
ela sofria ameaças e agressões por parte do ex, com quem viveu por 17 anos. O
casal tem dois filhos. "No meu primeiro relacionamento depois do divórcio,
ele invadiu a minha casa, me agrediu e disse que ia me matar". A vítima
não deu queixa na polícia a pedido da ex-sogra.
O ex-marido também já tinha tentado tocar fogo na casa dela,
riscado o carro e furado pneus do veículo. Em outubro de 2012, ele queimou o
carro da vítima. "Eu nem mandava consertar mais [o carro] porque não
vencia cobrir os riscos", contou ela. A vítima suspeitava que era o
ex-marido quem estava por trás das ações criminosas, mas diz que não procurou a
polícia porque não tinha provas e temia ser acusada de difamação.
A vítima conta que não sabe porque o ex agia dessa maneira,
pois ele se casou novamente e nunca durante a relação dos dois mostrou ser
agressivo. "Nossa casamento tinha sido bom. Acabou por causa de uma crise
financeira", conta. A falta de dinheiro fez com o que casal brigasse cada
vez mais, até o fim do relacionamento.
Depois da separação, o filho de 19 anos do casal foi morar
com o pai e o de 21 ficou com a mãe, mas acabou saindo de casa também - segundo
a mãe, o ex-marido colocou os dois filhos contra ela, inventando que ela era
promíscua. "Procurei sempre fazer com que meus filhos não acreditassem nas
coisas que ele falava".
Estupro coletivo
Na noite do crime, a enfermeira foi jantar com a mãe e, ao voltar para casa, acompanhada do então namorado, foi chamada pelo apelido por três homens, que disseram que o irmão dela precisava de socorro. ""Eles renderam meu ex-namorado, pediam dinheiro e droga. Bateram muito em mim e me violentaram. Sangrei muito. Levei murros e chutes. Levei marteladas na cabeça antes de eles irem embora. Acho que desmaiei mesmo", relembra.
Quando ela acordou, pediu ajuda a um vizinho, que chamou a
polícia e o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate).
Depois, ela procurou a Delegacia da Mulher para denunciar o caso, mas não
conseguiu por não conhecer os agressores e foi recomendada a registrar o crime
na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos, já que os bandidos levaram
aparelhos eletrônicos para simular roubo.
"Agora com o desfecho de tudo, estou com sensação de
alívio. Vou tentar recomeçar. Dói ainda", disse a mulher, que está tendo
acompanhamento psicológico e tomando remédio para dormir.
"Ele foi tão cruel que foi ao local e esperou que os
três homens fizessem 'o serviço'. Ele queria que ela ficasse totalmente
deformada, caso sobrevivesse. E, se morresse, queria que ela não tivesse
direito a um velório com o caixão aberto, por isso mandou que o rosto dela
fosse desfigurado", afirmou o delegado Antunes, que investiga o caso. Ele
diz que cada suspeito receberia R$ 300 pelo crime.
Segundo o delegado, o ex-marido nega ser o mandante do crime
e disse que só vai falar em juízo.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário