Um homem condenado por violentar sexualmente 42 mulheres morreu durante uma rebelião de presos na delegacia de Morro do Chapéu, município da Chapada Diamantina. De acordo com a titular da delegacia de Irecê, que atua como substituta na delegacia da idade, o rapaz já tinha fugido da detenção e sido recapturado há cerca de 15 dias. "Ele também era foragido das delegacias de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães", conta Lúcia Jansen.
A rebelião começou por volta das 13h da terça-feira
(3), quando os detentos começaram a reclamar da comida. "Eles estavam
bastante agitados ontem por conta da situação em Várzea Nova.
Estávamos só com quatro policiais aqui, o restante estava ajudando lá.
Eu acredito que eles queriam fugir, mas aqui não tem como, só pela porta
da frente", conta a delegada. "Depois de reclamarem da comida, eles
atearam fogo nos colchões das celas, e conseguiram tirar as grades
delas". A detenção conta com quatro celas, com capacidades para quatro
presos em cada.
Uma briga irrompeu entre os detentos, e durante a
confusão, Ednaldo Souza Bispo, 27 anos, foi agredido pelos outros
presos. Mais conhecido como 'Peixe Frito', Ednaldo foi condenado por
estuprar 42 mulheres em diversos municípios baianos - caso mais recente
em que ele se envolveu foi registrado na cidade de Irecê, em setembro de
2013. "Ele tinha diversos problemas com a polícia desde muito jovem",
relata Lúcia Jansen. "Primeiro ele se envolveu com as drogas, e depois
passou a cometer estupros".
Além de ser agredido e receber diversas pancadas na
cabeça, Ednaldo também foi empalado com um pedaço de madeira. 'Peixe
Frito' chegou a ser socorrido para o hospital municipal de São Vicente, e
posteriormente transferido de ambulância para o Hospital Regional de
Irecê. No entanto, Ednaldo não resistiu aos ferimentos e morreu na manhã
desta quarta-feira (4).
O corpo dele foi encaminhado para o Departamento de
Polícia Técnica (DPT) da região. Ainda conforme a polícia, a causa de
morte do detento ainda não foi identificada, mas a suspeita é de que ele
tenha tido um afundamento do crânio em decorrência da violência dos
golpes recebidos. A morte de Ednaldo foi confirmada pelo Hospital
Regional de Irecê.
A rebelião só foi controlado horas depois. "Ficamos
com medo de perder o controle da situação e pedimos o apoio da Polícia
Militar. Ainda levou um tempinho até conseguirmos contê-los; e quando
conseguimos, eles já estavam tentando abrir o último cadeado da
detenção, que dá acesso a parte interna da delegacia", conta a delegada
Lúcia Jansen.
Fotos RFNotícias
Correio
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