“Comunico o desligamento de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura do Governo. Um pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro em uma nota.
“Reitero nosso repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às mesmas. Manifestamos também nosso total e irrestrito apoio à comunidade judaica, da qual somos amigos e compartilhamos valores em comum”, completou.
Alvim já havia afirmado, em publicação no Facebook, que tinha colocado o cargo à disposição:
Vídeo
O secretário publicou um vídeo nesta quinta-feira (16) no qual, ao divulgar um novo concurso de artes, ele parafraseou Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha nazista.
Políticos e movimentos cívicos pediram publicamente pela sua saída, incluindo o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
A fala também foi criticada, entre outros, pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e por entidades da sociedade civil, como a Confederação Israelita do Brasil (Conib), assim como pela Embaixada da Alemanha no Brasil.
Alvim se defendeu e culpou uma “coincidência infeliz”. O vídeo, no entanto, trazia como música de fundo um trecho da ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner, uma das obras preferidas de Hitler.
Alvim fala o seguinte trecho: “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada.”
A fala é bem parecida a um pronunciamento de Goebbels direcionado à diretores de teatro que consta da obra “Joseph Goebbels: Uma biografia”, do historiador alemão Peter Longerich:
“A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande pathos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada.”
Exame
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