Em assembleia na Faculdade Visconde de Cairu, localizada na rua do Salete, a partir das 9h, policiais penais e civis deliberaram sobre a intensificação da “Operação Legalidade”, ações e mobilizações que serão promovidas durante o Carnaval 2020, além de uma mudança nas atividades.
Segundo o presidente do Sindpoc, Eustácio Lopes, os policais vão trabalhar “por operação padrão”. “[Vamos] cumprir a lei e trabalhar de forma velada, sem estar fardado no carnaval, só com distintivo. Nós não vamos fazer abordagens no circuitos. E vamos fazer uso progressivo da força. E após o carnaval fazer assembleias itinerantes no interior, e se necessário for, fazer entrega das chefias e das horas extras, se o governo não abrir o diálogo”, afirmou.
No evento, o presidente do sindicato dos servidores penitenciários da Bahia, Reivon Pimentel, contou ao Varela Notícias que dois atos de protesto serão feitos no sábado (22), na Barra, e na segunda-feira (24), na Mudança do Garcia. Além disso, ele desabafou sobre o tratamento que os policiais estão recebendo.
“O que a gente sente é que tanto a polícia civil, quanto a polícia penal, tem sido relegada a segundo plano, todo investimento é feito em cima da polícia ostensiva, que é a polícia militar. Por conta disso a gente está fazendo mais essa assembleia onde a gente vai ratificar a operação legalidade tanto da polícia penal quanto da polícia civil vai também deliberar sobre as movimentações que serão feitas no carnaval. No sábado, na Barra, e na segunda-feira, na Mudança do Garcia, vamos fazer dois atos de protesto. E vamos deliberar também sobre ações a serem adotadas pelas categorias visando abrir o diálogo com o governo, porque o governador não dialoga com as categorias e a gente precisa encontrar uma maneira que o governador venha dialogar”, disse.
O presidente dos sindicatos dos delegados na Bahia, Fábio Lordello, também falou sobre a insatisfação dos policiais com o governo.
“Nós estamos num trabalho árduo de conscientização, de todos os servidores da policia civil, delegados, investigadores, escrivães e Departamento de Policia Técnica, sobre a importância e valor que tem a nossa atividade para o sistema de justiça criminal. Apesar da desconsideração e da falta de respeito do governador do Estado, nós estamos mobilizados para reverter essa situação. As regras previdenciárias, todos os ajustes e reformas que viemos sofrendo ao longo dos anos vêm transformando a Polícia Civil em um órgão completamente sucateado. Nós estaremos irmanados nessa jornada daqui pra frente e muita coisa vai ter que mudar em nossa instituição”, protestou.
Perguntado se houve algum contato de políticos para que a situação fosse resolvida, Lordello se manifestou contra o governo de Rui Costa e afirmou que as “instituições do Estado da Bahia sofrem ameaça do governo do Estado”.
“Por enquanto não houve nenhum contato oficial do governo para tentar negociar absolutamente nada, mas isso é próprio do governo do senhor Rui Costa, a intransigência, o radicalismo, é próprio do exercício do mandato dele, desde que ele assumiu o governo do estado da Bahia. Lamentamos assistir um governo de raiz histórica sindicalista adotar uma postura tão radical”, afirmou.
“Nós temos que estar vivos para assistirmos um discurso tão arbitrário e ilícito por parte do governo do Estado, e não só em relação à Polícia Civil, todas as instituições do estado da Bahia sofrem ameaça do governo do Estado”, completou.
VN
Nenhum comentário:
Postar um comentário