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Entenda a vacina contra a Covid-19 testada no Brasil

O IDOR age em amplas frentes,
combinando o conhecimento de
pesquisadores de ponta nas mais
variadas áreas de atuação Foto: Alessandro Dahan/Divulgação
Em um momento no qual o número global de infectados pela COVID-19 se aproxima de 9,5 milhões de pessoas, a descoberta de uma vacina se torna cada vez mais urgente. Nos últimos meses, iniciou-se uma verdadeira corrida internacional neste sentido. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que atualmente são realizados mais de 130 estudos buscando a imunização.
Um dos mais promissores está no último dos três estágios de testes em humanos. Desenvolvida pela Universidade Oxford, a vacina “ChAdOx1 nCoV-19” conta com a parceria do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), centro de pesquisas da maior rede de hospitais privados do Brasil, a Rede D’Or São Luiz.


No Rio de Janeiro, cabe ao IDOR atuar em todo o processo de seleção, aplicação da vacina, registro e análises dos dados coletados na população estudada. O Brasil é o primeiro país fora do Reino Unido a iniciar os testes em seres humanos dessa vacina – as aplicações começaram em 20 de junho.
O Instituto já recebeu o aval de Oxford para expandir o trabalho para dois outros estados brasileiros. Em São Paulo, a coordenação da pesquisa é da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Vacina no Mundo Foto: G.LAB
Vacina no Mundo Foto: G.LAB

Ao todo, cinco mil voluntários participarão do estudo. Todos adultos saudáveis de 18 a 55 anos, não infectados pelo vírus. Feita a aplicação, eles serão monitorados. Se bem-sucedida, a “ChAdOx1 nCoV-19” poderá ser distribuída dentro de alguns meses. A farmacêutica envolvida no processo de produção se declarou capaz de entregar no mínimo 400 milhões de doses, mas podendo chegar a 1 bilhão.
— O convite para participar dos testes da vacina coroa um trabalho que começou antes mesmo de a pandemia chegar ao Brasil. Estamos desenvolvendo dezenas de estudos sobre o COVID-19, desde trabalhos que descrevem a estrutura biológica do vírus e sua atuação em diferentes perfis clínicos até pesquisas sobre tratamentos e prevenção — conta Fernanda Tovar-Moll, presidente do IDOR.
Para desenvolver a vacina, os pesquisadores de Oxford utilizaram proteínas do próprio COVID-19 que foram introduzidas em um outro tipo de vírus inócuo ao organismo humano, mas que leva à produção de anticorpos, que funcionarão como resposta imunológica em caso de contágio pelo novo coronavírus,
Presidente do IDOR, Fernanda Tovar-Moll: "O convite para participar dos testes da vacina coroa um trabalho que começou antes mesmo de
a pandemia chegar ao Brasil. Estamos desenvolvendo dezenas deestudos sobre o COVID-19" Foto: Paulo Marrucho/Divulgação
Presidente do IDOR, Fernanda Tovar-Moll: "O convite para participar dos testes da vacina coroa um trabalho que começou antes mesmo de a pandemia chegar ao Brasil. Estamos desenvolvendo dezenas deestudos sobre o COVID-19" Foto: Paulo Marrucho/Divulgação

Entre todos os centros possíveis no mundo, a escolha de Oxford pela instituição brasileira faz parte do crescente reconhecimento que o IDOR alcança no exterior. Com 50 PhDs, o instituto já publicou mais de 400 artigos internacionais, que ultrapassaram 6 mil citações. Merece destaque um trabalho pioneiro, publicado na prestigiada revista Science (2016), que descreveu a maneira como o zika vírus provoca malformações neurológicas em fetos.
— Quando ninguém ainda entendia o vírus zika, apresentamos respostas completas, que tiveram uma repercussão enorme. Nosso estudo pautou ações da Organização Mundial de Saúde (OMS) — afirma Stevens Rehen, pesquisador e diretor de pesquisa do IDOR, acrescentando que a capacidade de predição, rara em centros de pesquisa, está sendo colocada em prática novamente na pandemia.
Diretor de pesquisa do IDOR, Stevens Rehen ressalta que capacidade de predição carcacterística do instituto, rara em centros de pesquisa, está sendo colocada em prática novamente na pandemia Foto: Marco Sobral
Diretor de pesquisa do IDOR, Stevens Rehen ressalta que capacidade de predição carcacterística do instituto, rara em centros de pesquisa, está sendo colocada em prática novamente na pandemia Foto: Marco Sobral

Sem fins lucrativos, o IDOR representa o compromisso da Rede DO’r São Luiz com a difusão da ciência. Desde antes da pandemia, a rede atua ativamente no combate ao vírus e no suporte aos pacientes, em todas as frentes.
O GLOBO

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