| Otacílio Prates Neto era auditor do TCE Crédito: Reprodução |
A auditora de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE), Juliana Prates, fez um desabafo nas redes sociais sobre a morte do irmão, também auditor do TCE, Otacílio Prates Neto, no último dia 23, em decorrência do vício em apostas.
Na publicação, Juliana falou sobre o crescimento do mercado de apostas online, as chamadas "bets", no país. "O que antes era proibido virou negócio, profissão, “conteúdo”, o vício virou mercado e o Estado aplaudiu", escreveu.
Ela também analisou o impacto do aumento do número dessas empresas na saúde mental da população. "É assustador perceber como as bets, que muita gente encara como simples diversão, carregam um impacto tão profundo e silencioso na vida das pessoas e na saúde do país", acrescentou.
Auditora do TCE desabafa sobre a morte do irmão
Citando o estudo "A Saúde dos Brasileiros em jogo", do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), Juliana destacou que pelo menos R$ 30,6 bilhões são gastos por ano em danos à saúde associados às apostas. "São 12,7 milhões de brasileiros em situação de risco, lidando com algo que não é 'falta de controle', e sim um problema de saúde pública", afirmou
Otacílio viveu essa realidade. Segundo Juliana, o irmão enfrentava "um sofrimento psíquico profundo". Ele passou por internação, ficou quatro meses em licença médica e, logo depois, tentou retomar a rotina do trabalho. "Nesse período, se envolveu com apostas on-line, o endividamento veio junto e isso começou há cerca de um ano e meio", revelou.
"Ele lutou como pôde, mas não conseguiu sair desse ciclo e eu perdi o meu único irmão, de pai e mãe", desabafou Juliana.
Na mensagem, ela revelou ainda que a tragédia familiar a impulsionou a falar sobre o assunto. "Sobre a urgência de tratar com seriedade o impacto das apostas na saúde mental, especialmente entre adultos que trabalham, têm responsabilidades, famílias e acesso fácil ao crédito, agora, essa pauta atravessou a minha vida. Precisamos falar de limites, regulação, prevenção, acolhimento e responsabilidade", disse.
Onde buscar ajuda?
Se você está passando por sofrimento psíquico ou conhece alguém nessa situação, veja abaixo onde encontrar ajuda:
Centro de Valorização da Vida (CVV)
Se estiver precisando de ajuda imediata, entre em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV), serviço gratuito de apoio emocional que disponibiliza atendimento 24 horas por dia. O contato pode ser feito por e-mail, pelo chat no site ou pelo telefone 188.
Canal Pode Falar
Iniciativa criada pelo Unicef para oferecer escuta para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos. O contato com o Canal Pode Falar pode ser feito pelo WhatsApp [(61) 9660-8843], de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.
A Tarde

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