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Evander virou lenda do boxe ao ganhar Mike Tyson e acumular títulos olímpicos. Andrade virou Reginaldo Holyfield em homenagem ao americano e também tornou-se campeão no boxe. Eles nunca se viram pessoalmente, mas, aos 45 anos, o baiano Holyfield sensibilizou seu ídolo ao ganhar fama de herói. Holyfield teve parte do corpo queimado quando invadiu uma casa em chamas para salvar a vida de seus sobrinhos no início desse mês na Massaranduba.

Ao saber da história do ex-pugilista que sofreu queimaduras de 1º e 2º graus, sexta, através do portal UOL Esportes, o americano mostrou-se orgulhoso pelo ato heroico de seu xará e prometeu ajudar.“ Isso sim éque é ser um herói. É bom termos pessoas assim, que mostram o que de fato é o amor. Eu gostaria de poder doar alguma coisa a ele, por meio da minha fundação. Espero poder contribuir para ele se reerguer. E gostaria de pedir a todos os brasileiros que façam o mesmo”, disse o ex-campeão de boxe na categoria pesos pesados.

O lutador é fundador da Evander Holyfield Foundation, instituição que desde 1993 cuida de crianças através do esporte. No Hospital Geral do Estado, em Salvador, onde está internado desde o dia 8 de setembro, com braços e pernas queimados, o baiano Holyfield esqueceu a dor para sorrir diante da notícia. “Na minha vida, ele só está abaixo de Deus. No estado que eu estou, depois de perder tudo, qualquer ajuda é bem-vinda. Se ela vier do meu ídolo maior ai não tem nem palavras para explicar”, disse. Holyfield ainda não foi procurado pelo americano que não informou que tipo de ajuda daria. O CORREIO tentou contato sexta, por telefone e e-mail, com a fundação de Holyfield nos Estados Unidos, mas não obteve retorno.

Exemplo
O Holyfield baiano começou a carreira com o nome Pantera Negra, mas há 20 anos começou a ser comparado com o estilo do americano Holyfield. “A aparência física era muita. Eles lutavam muito parecido também. Mão pesada e derrubadora. Quando o Holyfield (baiano) virou profissional, a galera começou a dizer que ele era igual ao americano”, contou Tiany Rebouças, que treina o baiano. O baiano Holyfield tem um sonho: conhecer o Holyfield ‘original’.

“Sou meio gaguinho. Acho que se um dia ele ficar na minha frente nem vou ter palavras. Ia abraçar ele e dizer que é mais que um exemplo, é meu ídolo”, disse. Colocar o ídolo na lona, como fez nas 71 das 76 lutas que venceu, nem passa na cabeça do baiano. “Você tá doido? Bater na cara dele é como se eu batesse na cara de Deus. Não tem menor condição. Queria mesmo dar um abraço nele”.

Luta
O ex-boxeador baiano, que tem seis títulos de campeão brasileiro, quatro cinturões sul-americanos e uma vitória internacional está desempregado. Depois do incêndio, ele não temmais onde morar. Sobre o futuro, ele mostra-se sem perspectiva. “Nessa cama de hospital não tem o que planejar do futuro. Só esperar ficar bom. Não aguento mais de tanta dor”.

Para se livrar da enfermidade provocada pelo incêndio, Holyfield aposta em outro fogo. “Creio que o fogo do Espírito Santo vai de ajudar a ficar bom. Foi com esse fogo no coração que eu consegui entrar no barracão e salvar meus sobrinhos”, falou . A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que o ex-pugilista ainda não tem prazo para receber alta. Ele está sendo submetido periodicamente a troca de curativos, que só são realizados com aplicação de anestesia pela intensidade da dor. “Sei que ainda tenho um longo caminho pela frente e um monte de procedimento ainda para fazer. Cada dia é um sufoco e muita dor. Só Jesus mesmo”, disse emocionado sexta.

CORREIO.

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