Várzea Nova: Desesperado, agricultor com dívida no Banco do Nordeste faz apelo para continuar trabalhando
O agricultor Hermes da Silva Brito, 45 anos, casado, três filhos e quatro netos, proprietário da Fazenda Pica-Pau, próximo do povoado de Tabua, pertencente a Várzea Nova, município, que, por sinal, encontra-se em estado de emergência devido à forte seca, esteve na tarde desta quarta-feira, 20 de março de 2013, na redação do Corino Urgente para contar um pouco de seu drama.
Ele fez um empréstimo, no ano de 1999, junto ao Banco do Nordeste, no valor de R$ 10.980,00, não conseguiu pagar o banco e a dívida já pulou para R$ 19.750,24, valor este que está numa execução judicial ordenada pelo Juiz Dr. Jonny Maikel dos Santos, da 3ª Vara Cível da Comarca de Jacobina, com data de 15 de maio de 2012, com a finalidade de ressarcir o banco financiador.
O objetivo do financiamento, feito através do Programa Sustentável, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, era para investir na criação de caprinos em sua pequena fazenda, o que foi feito na integralidade, conforme atestado por técnico do Banco do Nordeste ao fazer inspeção na fazenda, segundo informações do denunciante.
O agricultor procurou a redação para contar a sua história e o seu drama de pequeno produtor rural que se encontra em situação de inadimplência devido à seca inclemente que atinge o Nordeste, hoje considerada a pior dos últimos 30 anos, sobretudo em Várzea Nova, município que está sempre em estado de emergência.
“A minha família sempre lidou com roça, meu pai e minha mãe, Adão Alexandre da Silva e Rosa Tomaz de Brito, criaram 13 filhos trabalhando na zona rural, e hoje, o que eu quero é também trabalhar e criar a minha família nas nossas terras e ser respeitoso dentro dos meus direitos”, conta ele.
“O que eu quero é renegociar com o banco e continuar trabalhando, tendo acesso ao crédito, como os meus pais tinham junto ao Banco do Brasil durante 36 anos, que criaram os filhos e não ficaram devendo, porque foram renegociando e trabalhando”, completa, acrescentando: “Precisamos de visitas de técnicos e de fiscalização, pois eu não estou satisfeito com o atendimento do Banco do Nordeste, porque não houve acompanhamento técnico neste período; há em Várzea Nova 363 agricultores em situação de inadimplência, sem direito a crédito rural e sem assistência do Banco do Nordeste, que não fiscaliza, não dá acompanhamento e não ajuda o pequeno produtor rural.”
Hermes da Silva Brito conta que não tem como pagar o banco porque está sendo obrigado a pagar água no valor R$ 150,00 todo mês só de carro-pipa para abastecer os animais, remédio para tratar do rebanho, a despesa da família, e não sobra nada para quitar a dívida.
“Eu sou responsável por meu débito e quero pagar o banco, mas para isso é preciso que o Banco do Nordeste, neste período de seca que está matando o homem do campo, ofereça um crédito para garantir a nossa sobrevivência, pois o governo tem programas de assistência ao pequeno produtor, mas eu não estou vendo esse benefício chegar até a nós, os pequenos agricultores sofridos do sertão do Nordeste”, diz, finalizando: “Eu quero ser ouvido pelo governo, pelos deputados estaduais e federais, pelos senadores, pelos ministros da Fazenda e da Agricultura, pelo governador Jaques Wagner, pela presidente Dilma, pelos homens e mulheres que governam este País, pois o homem do campo, na situação em que se encontra, está correndo o sério risco de perder tudo, perder a sua dignidade, perder a sua família, perder os seus animais, perder as terras e de perder até o direito de ser um cidadão trabalhador e honesto.”
Quem puder ajudar o agricultor Hermes, pode encontrá-lo na Fazenda Roçado, perto da Tabua, em Várzea Nova, Bahia, e os telefones para contato são 74 8126-6107/9994-9774.
BRASILC
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