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Volume de cultos gera socos, chutes e tiros em igreja de São Paulo

Uma rixa por causa do volume alto em cultos acabou em socos, chutes e até tiros em uma igreja evangélica, na periferia de Sumaré (118 km de São Paulo). Um adolescente de 16 anos foi baleado e vai passar por cirurgia no maxilar, mas não corre risco de morte. A confusão começou por volta das 22h de sábado, assim que terminou o culto. Segundo membros da igreja, dois vizinhos, pai e filho, estavam irritados com o som alto e iniciaram uma briga na rua com um pastor.

Em seguida, os dois buscaram uma arma dentro de casa e voltaram à igreja, onde atiraram contra o adolescente e tentaram atingir um pastor. Domingos Celestino de Souza, 58, e o filho, Pablo, 25, foram presos em flagrante e encaminhados ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Americana. Segundo a família dos dois, o pastor é que teria provocado pai e filho, que estavam sentados na calçada de casa.

“O pastor estava falando no celular e dizia a alguém que estava na frente de dois bandidos, provocando meu marido, que foi tirar satisfação e tomou um soco”, disse a mulher de Souza, que pediu para não ser identificada. Segundo ela, o filho foi tentar defender o pai e acabou jogado no chão, recebendo chutes e socos de outros integrantes da igreja. “Com tudo isso acontecendo e mais o problema do barulho, meu marido ficou furioso, passou do limite dele, pegou a arma e foi atrás do pastor”, afirmou a mulher.

De acordo com a família, Souza tem pressão alta e não suporta barulho. “É isso que eles fazem no culto, uma gritaria. Eu também sou evangélica, mas é impossível descansar aqui”, afirma. O pastor Alessandro Pereira Godoi, da Assembleia de Deus Ministério Geresi, conta outra versão. Segundo ele, Souza repreendeu outro pastor por falar alto no celular e, irritado, foi até ele, deu um tapa no rosto, chutou o celular e iniciou a confusão. “Foi um desrespeito desumano e inexplicável. A comunidade está amedrontada.”

Potência

O pastor diz que Souza o procurou há um ano para falar sobre o barulho da igreja. “Ele disse que estava muito alto [o som] e que odeia evangélicos. Tomamos providências para reduzir o volume, mas ainda não conseguimos arrecadar o dinheiro para comprar um sistema acústico”, disse o pastor. Assustada, a vizinhança prefere não comentar a briga, mas muitos confirmam que os cultos costumavam usar sistema de som das 19h às 21h30, em alta potência.

“Alto demais, sempre foi muito barulho”, disse a vizinha Bianca Nascimento, 18. “Você chega cansado, às vezes precisa estudar e não consegue fazer nada.” Após a confusão, os membros da igreja afirmam que irão se mudar da rua por medo de novas retaliações. O advogado da família de Souza, Messias José da Silva, disse que irá entrar com um pedido de relaxamento da prisão por se tratar de um caso de agressões mútuas.

CORREIO

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