Em um telefonema interceptado pela Polícia Federal, a desembargadora Sandra Inês Rusciollelli confessou que “protege todos os filhos” de desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e familiares, “mesmo que estejam errados”. A desembargadora foi presa nesta terça-feira (24), durante a 5ª fase da Operação Faroeste, deflagrada para desarticular um suposto esquema de compra e venda de sentenças em uma disputa judicial de terras no oeste. A interceptação aponta ainda que Sandra teria atuado para beneficiar o filho a assumir a unidade cartorial.
Na gravação, a magistrada diz que, por mais de 30 anos, atuou rigorosamente dentro da lei, e que jamais usou a “caneta pra fazer qualquer tipo de negociata”, mas que ainda assim atuou de forma a ajudar amigos. “Eu tenho a consciência de que eu ajudei Socorro [desembargadora Maria do Socorro, presa na operação], ajudei Roque [Antônio Roque, servidor preso na Faroeste], ajudei aquele pessoal por amizade. Porque eles ajudaram Vasquinho [Vasco Rousciollelli, filho dela] no negócio do cartório. É feio eu dizer isso, mas a verdade é essa”, afirmou a magistrada durante conversa gravada pelo advogado Júlio Ferreira.
“Ela [Desa. Lígia Ramos] já sabe que eu protejo os filhos mesmo; que eu protejo todo mundo: eu protejo os amigos e protejo os filhos de desembargadores, mesmo… Eu disse a Socorro [desembargadora]: ‘Socorro, se seus filhos tiverem errados, eu protejo do mesmo jeito’. E o Tribunal sabe que eu protejo família. Se eu puder ajudar, eu ajudo, mas prejudicar, eu não prejudico”, admitiu. Os trechos são parte de uma conversa que ela teve com o advogado Júlio César Ferreira, que tem ajudado na investigação da Polícia Federal.
A desembargadora ainda completou: “Meu discurso é esse, muito claro e todo mundo sabe: eu não persigo filho de colega, em nenhuma circunstância, Júlio. Se eu puder ajudar, eu abro o meu coração pra ver tudo. Mas, também, se eu não puder… prejudicar, eu não prejudico. Posso prejudicar, se eu não vir a aperceber do que eu estou fazendo, é muito difícil. Os amigos que precisarem podem contar comigo, disso não tenham dúvida não. Se eu não pude ajudar, eu vou dizer, Júlio, isso aqui não dá por isso, isso e isso. Mas lhe prejudicar eu não vou”.
No caso específico dos cartórios, conforme noticiado pelo Bahia Notícias em julho de 2013, a desembargadora Telma Britto manteve o afastamento de Vasco Rousciollelli da interinidade dos Cartórios do 1º e 2º Ofícios do Registro Pessoas de Alagoinhas, por nepotismo (veja aqui). O filho de Sandra chegou a argumentar que é servidor concursado do TJ-BA e que foi designado pela Corregedoria, no ano de 2017, para atuar interinamente no cartório. Ele havia refutado que, no caso, havia caracterização de nepotismo por ser filho de desembargadora. A decisão de Telma Britto manteve o posicionamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de afastar Vasco do cartório de Alagoinhas
Bahia Noticias
Na gravação, a magistrada diz que, por mais de 30 anos, atuou rigorosamente dentro da lei, e que jamais usou a “caneta pra fazer qualquer tipo de negociata”, mas que ainda assim atuou de forma a ajudar amigos. “Eu tenho a consciência de que eu ajudei Socorro [desembargadora Maria do Socorro, presa na operação], ajudei Roque [Antônio Roque, servidor preso na Faroeste], ajudei aquele pessoal por amizade. Porque eles ajudaram Vasquinho [Vasco Rousciollelli, filho dela] no negócio do cartório. É feio eu dizer isso, mas a verdade é essa”, afirmou a magistrada durante conversa gravada pelo advogado Júlio Ferreira.
“Ela [Desa. Lígia Ramos] já sabe que eu protejo os filhos mesmo; que eu protejo todo mundo: eu protejo os amigos e protejo os filhos de desembargadores, mesmo… Eu disse a Socorro [desembargadora]: ‘Socorro, se seus filhos tiverem errados, eu protejo do mesmo jeito’. E o Tribunal sabe que eu protejo família. Se eu puder ajudar, eu ajudo, mas prejudicar, eu não prejudico”, admitiu. Os trechos são parte de uma conversa que ela teve com o advogado Júlio César Ferreira, que tem ajudado na investigação da Polícia Federal.
A desembargadora ainda completou: “Meu discurso é esse, muito claro e todo mundo sabe: eu não persigo filho de colega, em nenhuma circunstância, Júlio. Se eu puder ajudar, eu abro o meu coração pra ver tudo. Mas, também, se eu não puder… prejudicar, eu não prejudico. Posso prejudicar, se eu não vir a aperceber do que eu estou fazendo, é muito difícil. Os amigos que precisarem podem contar comigo, disso não tenham dúvida não. Se eu não pude ajudar, eu vou dizer, Júlio, isso aqui não dá por isso, isso e isso. Mas lhe prejudicar eu não vou”.
No caso específico dos cartórios, conforme noticiado pelo Bahia Notícias em julho de 2013, a desembargadora Telma Britto manteve o afastamento de Vasco Rousciollelli da interinidade dos Cartórios do 1º e 2º Ofícios do Registro Pessoas de Alagoinhas, por nepotismo (veja aqui). O filho de Sandra chegou a argumentar que é servidor concursado do TJ-BA e que foi designado pela Corregedoria, no ano de 2017, para atuar interinamente no cartório. Ele havia refutado que, no caso, havia caracterização de nepotismo por ser filho de desembargadora. A decisão de Telma Britto manteve o posicionamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de afastar Vasco do cartório de Alagoinhas
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