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Segundo Magno, um de seus filhos, Pedro Marlon de Andrade, de 15 anos, tentava sair pela varanda quando um deslizamento de terra deixou-lhe preso entre uma parede e um pedaço do telhado que caíra.

Sem conseguir tirar Pedro dos escombros, Magno tentou afrouxar e remover o entulho chutando e pisoteando com força os pedaços de madeira que prendiam a perna esquerda do jovem. "Ele se virava todo, mas não conseguia se soltar", diz Magno. Neste esforço de salvamento, acabou quebrando a tíbia do garoto.

"Eu só posso agradecer ao meu pai. Naquele dia, eu pensei que ia morrer", afirma Pedro. "Na hora, eu só pensava neles (em sua família), então eu pedi para que o meu pai e a minha avó me deixassem lá."

"Eu disse para o meu filho, ‘eu posso arrancar a tua perna fora, mas eu vou te tirar daí’", diz Magno. "Não tinha a menor chance de eu deixar o Pedro ali, nenhuma."

Com a ajuda da sogra, Magno conseguiu retirar o filho dos escombros. Ele diz que, levando o garoto no colo, teve de andar por vários metros com lama na altura do peito, até encontrar um meio de transporte no qual conseguisse levar Pedro a um hospital. Toda a família escapou com vida do soterramento.

Pai e filho foram à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Teresópolis, mas a falta de energia impediu que fosse feita uma radiografia da perna do menino, que doía muito. Pedro acabou atendido horas depois do deslizamento, no início da manhã, no Hospital das Clínicas, onde foi engessado e ficou em observação.

Pesadelos

O jovem está morando com os três irmãos, um tio e a avó em uma casa onde ela trabalha como caseira, no bairro de Jardim Cascata. O jovem está tomando analgésicos para aliviar a dor na perna e afirma que teve alguns pesadelos com o soterramento.

Magno e a mulher estão instalados em um apartamento cedido pelo supermercado onde ele trabalha, no centro da cidade. Magno afirma que, embora metade de sua casa esteja destruída, conseguiu recuperar parte de seus eletrodomésticos.

No momento, ele está em férias, mas vai antecipar a volta ao trabalho. "Tenho que agitar um pouco a mente e esquecer um pouco das coisas", diz.

Já Pedro aguarda a época de voltar à escola, quando entrará no primeiro ano do ensino médio. Ele diz que tem mantido contato com seus amigos por meio da internet, que acessa com seu telefone celular. Segundo o jovem, todos estão bem.

Fã de videogame e esportes, o garoto diz que foi sondado por um "olheiro" interessado em levá-lo para jogar futebol no Rio. Ele confia que vai poder voltar a jogar, depois que se recuperar da fratura. "Se eu ganhar uma bolsa, uma ajuda de custo, vou querer ser profissional, com certeza", diz.

O pai diz aprovar a escolha. "Não é porque é meu filho, mas ele joga bem mesmo."

Fonte: BBC Brasil

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