A operação da PF conta com a participação de agentes da Receita Federal. Desde a manhã desta terça estão sendo cumpridos 29 mandados de prisão preventiva e 44 de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Os suspeitos desviariam mercadorias que chegam ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.


Até o início da tarde, as prisões tinham sido feitas em São Paulo e em Pernambuco. Seis mandados de prisão ainda não tinham sido cumpridos. Ao longo das investigações, que começaram em fevereiro, 11 pessoas haviam sido presas. Duas delas conseguiram liberdade e voltaram a ser presas nesta terça.


Entre os presos, além dos servidores da Receita Federal, estão um ex-gerente da empresa de segurança do aeroporto de Cumbica – um atual supervisor da mesma empresa ainda era procurado no início desta tarde. O homem apontado como mentor do esquema, responsável por fazer a intermediação entre os fornecedores e os lojistas, também foi preso nesta terça. Entre as 11 prisões realizadas durante as investigações, estavam um policial federal e um delegado da Polícia Federal. Ambos foram presos no Rio de Janeiro.


A Operação Trem Fantasma conta com a participação de 180 policiais federais e 80 servidores da Receita Federal. Segundo informações da assessoria da Receita, a quadrilha era composta por empresários, despachantes aduaneiros, empregados de companhias aéreas e servidores públicos. Por meio de importações irregulares, a polícia diz que eles introduziam no país mercadorias vindas dos Estados Unidos e da China.


As investigações apontaram que a quadrilha era responsável pela entrada ilegal de cerca de 80 toneladas de mercadorias todos os anos no país, o que representa um prejuízo de mais de R$ 50 milhões aos cofres públicos. Também nesta terça, autoridades americanas realizam em Miami uma inspeção no armazém da empresa que enviava os produtos para o Brasil.

Os suspeitos irão responder por contrabando e descaminho, crimes contra a ordem tributária, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.


Fraude
A quadrilha desviava os produtos de duas maneiras. A principal delas utilizava um caminhão com uma carga fantasma que era retirada do aeroporto no lugar dos notebooks e materiais fotográficos, produtos de alto valor agregado. Essa carga saía do aeroporto sem controle e seguia para os receptadores.

“A carga que vem do exterior era atracada no armazém e aberta em regime de trânsito aduaneiro. Quando ela vai para outra cidade, o regime de trânsito é terminado no posto aduaneiro do destino. O transporte é feito por caminhões lacrados na alfândega.


Eles enviavam dois caminhões para o aeroporto, um que já tinha uma carga com peso e volume semelhante à que vinha do exterior, mas com produtos de baixo valor, como gabinetes de computador”, explicou Guilherme Bibiani Filho, chefe de escritório da corregedoria da Receita Federal em São Paulo.

Informações e foto do G1

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