Convivência com animais de estimação fortalece o desenvolvimento emocional e social das crianças, aponta especialista



Em crianças com autismo, ansiedade ou TDAH, por exemplo, a Terapia Assistida por Animais tem mostrado resultados significativos na melhora da comunicação, no aumento do foco e na redução do isolamento / Foto Bahia Acontece 


A convivência com animais de estimação vai muito além da diversão. É uma relação que traz benefícios emocionais, sociais e até físicos para o desenvolvimento infantil. As interações com o pet ajudam a criança a desenvolver habilidades sociais, como compartilhar, respeitar limites e compreender emoções.

Cuidar de um animal ensina a criança a perceber e respeitar as necessidades e os sentimentos de outro ser, desenvolvendo empatia e senso de responsabilidade.

Segundo a médica veterinária Mayara de Souza Miranda — zootecnista, mestre em Ciência Animal, doutora em Zootecnia e professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Ages, pertencente à Ânima, o maior e mais inovador ecossistema de ensino de qualidade do país, o animal se torna um companheiro constante, promovendo sentimentos de segurança e acolhimento. 


Além dos ganhos emocionais, Mayara destaca que o contato precoce com os animais contribui para o fortalecimento do sistema imunológico. “Estudos mostram que essa convivência proporciona uma importante experiência imunológica, tornando a criança menos propensa a desenvolver alergias respiratórias, dermatológicas e alimentares”, afirma.


Amizade que ensina e transforma

Para crianças mais tímidas ou com dificuldade de socialização, o animal pode ser um verdadeiro aliado. “O pet atua como um facilitador social. Ele oferece amor incondicional e ajuda a melhorar a autoconfiança. Muitas vezes, o animal é o elo que aproxima a criança de novas interações e amizades”, observa Mayara.


A veterinária destaca ainda que o cuidado com o animal pode começar cedo, de forma supervisionada. “A partir dos quatro ou cinco anos, a criança já pode participar de pequenas tarefas, como colocar ração ou trocar a água. O importante é que o cuidado seja compartilhado pela família e sempre com a avaliação da docilidade do animal para garantir a segurança”, orienta.

Empatia, responsabilidade e maturidade


O vínculo com o pet também favorece o amadurecimento emocional. Quando a criança entende que o animal depende dela, desenvolve senso de compromisso, paciência e empatia. Essa experiência contribui para um comportamento mais solidário e consciente. 


Pesquisas comprovam que o contato frequente com animais ajuda a reduzir os níveis de ansiedade e depressão, estimulando a liberação de serotonina e dopamina — neurotransmissores associados ao prazer e à felicidade. “Em crianças com autismo, ansiedade ou TDAH, por exemplo, a Terapia Assistida por Animais tem mostrado resultados significativos na melhora da comunicação, no aumento do foco e na redução do isolamento”, acrescenta a professora.


*Adoção consciente e responsabilidade familiar*


Antes de adotar um animal, a especialista recomenda reflexão e planejamento. A falta de preparo é uma das principais causas de abandono. É essencial avaliar o tempo disponível, o espaço físico da casa, os custos com alimentação e cuidados veterinários, além do perfil do animal. A adoção é um ato de amor, mas também um compromisso de longo prazo. 


A convivência com os pets é uma lição de vida. “Quando a criança percebe que o pet depende dela e retribui com carinho, ela se sente valorizada e capaz. Esse vínculo fortalece a autoestima e amplia a empatia — ensinando a cuidar não só do animal, mas também do mundo ao seu redor”, finalizou a especialista.

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