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Acidente Van e Carreta (Foto: Divulgação/PRF)

Motorista de carreta que se envolveu em acidente com 10 mortes é ouvido

O motorista da carreta que se envolveu no acidente com uma van, resultando na morte de dez pessoas no último fim de semana, prestou depoimento nesta quinta-feira (20) na delegacia de Irajuba, cidade na região centro-sul da Bahia. Segundo o delegado Arão Borges, que investiga o caso, ele compareceu à unidade por volta das 13h, como havia sido marcado, acompanhado da sua advogada. Ele foi liberado logo após o depoimento e vai responder ao processo criminal em liberdade.


"Segundo a sua versão, ele estava em uma descida quando apareceu um carro na frente. A pista tinha três vias, mas, descendo, tinha uma só. Para não colidir, ele foi para a contramão e o outro carro, de forma brusca, bateu nele", explica o delegado, que afirma que irá autuá-lo por homicídio doloso. "Ele correu risco da produção do crime, já que foi parar na contramão", acrescenta.
O delegado diz que o motorista desmaiou no local e foi socorrido por outro motorista, que dirigia um caminhão com verduras, para um hospital na cidade de Itaquara. O delegado tem até 30 dias para entregar o inquérito ao Ministério Público da Bahia, que pode denunciá-lo ou não à Justiça.

Vítimas
A batida entre a carreta e a van, que levava trabalhadores de São Paulo para Alagoas, aconteceu por volta das 4h de domingo (16), na BR-116, perto da cidade de Irajuba. Das vítimas, nove delas morreram no local e uma no hospital. Outras duas pessoas ficaram feridas. A batida entre a van e a carreta foi frontal, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Por conta das marcas de freio na pista, a polícia apontou que a carreta invadiu a contramão.
A última vítima do acidente foi identificada na manhã desta terça-feira (18), segundo informações do Instituto Médico Legal (IML) de Jequié, para onde os corpos foram levados. Alaelson Santos da Silva, de 22 anos, que morava na zona rural de Senador Rui Palmeira, no estado de Alagoas, trocou de van instantes antes do acidente acontecer, de acordo com o relato de Paulo Sérgio Oliveira, auxiliar de necrópsia do IML que manteve contato com a família da vítima. 
"Ele demorou para ser identificado porque a documentação dele estava na van que não se envolveu no acidente. Ele mudou de veículo porque a van na qual estava tinha muita gente. Para aliviar, ele saiu quando foram fazer um lanche em Jequié", conta Paulo Sérgio. 
Além dele, os corpos de Vanderlei Celso Fernandes, Cícera Marcelino dos Santos, Francisco José da Silva, Jeanisson Barbosa da Rocha, Jefferson Arles Santos Silva, João Joaquim de Moraes, José Gomes da Silva, Keveton dos Santos e Clóvis Júnior de Oliveira morreram no acidente.
Familiares
A maioria das vítimas é do município de Senador Rui Palmeira, no sertão de Alagoas. Clóvis Júnior de Oliveira, que tinha 23 anos, foi para o interior de São Paulo trabalhar na construção civil. A mãe do jovem, Judite de Jesus, conta que havia falado com o filho momentos antes do acidente. “Quando ele estava dentro do carro eu conversei com ele, conversei com outro irmão dele que está em Ribeirão que me disse: ‘mãe, se Deus quiser, Clóvis chega domingo de manhã'".
Cícera dos Santos e o seu filho Jefferson Arles, de 18 anos, também morreram no acidente. Familiares contam que a mãe trazia o jovem para rever o pai, que mora em Alagoas.  “Ele veio rever o pai, rever uma tia dos Estados Unidos que queria muito vê-lo. A tia ligou para minha irmã dizendo desesperada que queria ver o Jefferson", conta Vitória Marcelino, irmã da vítima.
Tragédia
O acidente de domingo aconteceu a cerca de 11 km da batida de ônibus, caminhão e carreta ocorrida no dia 3 de dezembro de 2011 e que resultou na morte de 36 pessoas, além de 12 feridos. A maioria das vítimas era passageiro do ônibus e trabalhava no corte de cana. Elas tinham saído da cidade de Jateí, em Mato Grosso do Sul, para Pedra e Buíque, no Agreste de Pernambuco.
G1

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