
O corpo de Sirlei foi velado por centenas de pessoas na manhã desta quarta-feira (30) na Câmara Municipal da cidade. O rompimento da barragem da Vale deixou 84 mortos e outros 276 desaparecidos.
Sirlei vivia a cerca de 500 metros da barragem, na região do Córrego do Feijão. Segundo a família, ela convivia diariamente com funcionários da mineradora. No velório, foi lembrada como alguém que sempre ajudava a comunidade. Ela também se envolveu em abaixo-assinados contra os impactos da mina. Ela cuidava de vários animais.
"Ela estava em casa com um jardineiro e uma empregada. O jardineiro nos contou que eles ouviram o barulho e viram a lama vindo. Correram. Mas ela voltou. Acreditamos que tenha ido buscar a cachorrinha. Era muito apegada", diz o cunhado de Sirlei, Eduardo Toscano, de 55 anos. Uma amiga da secretária conversou com os dois funcionários, que conseguiram fugir com vida, e eles falaram que Sirlei voltou para pegar o animal.
Vizinhos de Sirlei que também conseguira escapar contam que ela ficou paralisada durante a fuga. O marido dela é engenheiro e já foi funcionário da Vale, mas deixou o ramo de minérios. Sirlei alertava para o risco tanto da poeira gerada pela atividade quando pelo risco de rompimento da barragem.
O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário