A necessidade de trabalhar e o medo de morrer
fazem os motoboys e os mototaxistas pilotarem com a viseira do capacete
aberta e, em alguns casos, não usem o acessório de proteção ao trafegar
em algumas localidades em Salvador. Nessas comunidades, os trabalhadores
seguem na contramão da legislação e são obrigados a infringir a lei de
trânsito, considerada gravíssima segundo o Código Brasileiro de
Trânsito, para respeitar uma exigência de traficantes. Os trabalhadores
também denunciam que são obrigados a pagar uma taxa de circulação aos
criminosos, que pode variar de R$ 50 a R$ 100 por mês. Segundo o
mototaxista Nivaldo Souza, seguir as normas pode trazer riscos ao
trabalhador. "Quando você entra com capacete, o pessoal fica tudo
olhando. E quando você tira o capacete, ele já fica olhando de outro
modo", disse. Andar com o rosto visível é uma determinação do tráfico de
drogas em muitos bairros na cidade. A atitude seria uma maneira de
controlar a circulação de pessoas nas comunidades. Nessa hora, a multa
de quase R$ 200 por não usar o capacete ou deixar a viseira levantada
não convence o mototaxista Emerson Ferreira a mudar de ideia. "Tenho que
visar primeiramente a minha segurança, né? ", pontua. Os mototaxistas
em Salvador, que são cinco mil, não gostam de falar sobre a
obrigatoriedade de ficar sem capacete por medo, mas garantem que o
descumprimento da decisão os impede de entrar em muitos bairros. (R7
Bahia)

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