mulher perde 95% da pele do corpo após tomar ibuprofeno depois de cesariana

 



Aleshia Rogers, mãe de 27 anos, sofreu uma grave reação ao buproteno após uma cesariana, desenvolvendo a sinarome de Stevens na forma mais grave, uma condição chamada Necrólise Epidérmica Tóxica (NET). Desde então ela perdeu até 95% da sua pele e chegou a ficar em coma induzido por três semanas.

Em setembro de 2020, poucos dias após dar à luz, Aleshia Rogers foi internada em estado crítico com um quadro impactante.

Hoje, Aleshia segue viva, mas continua lidando com sequelas a longo prazo. Após sua experiência traumática, ela alerta sobre os perigos de ignorar possíveis efeitos adversos de medicamentos comuns.


“Dor ao respirar era pior que o parto”, diz mulher com síndrome rara.


Aleshia começou a ter sintomas semelhantes aos de uma gripe, que acabaram se agravando rapidamente. O quadro evoluiu com o surgimento de bolhas dolorosas, inchaço nos olhos e febre. Ela procurou dois hospitais, onde foi diagnosticada com conjuntivite e febre escarlate, antes de ser atendida uma terceira vez e receber o diagnóstico de SSJ.


Cerca de 95% da pele do corpo dela se soltou, obrigando os médicos a tratá-la como uma paciente grave com queimaduras. Aleshia precisou ser transportada de avião para um hospital especializado e recebeu a notícia de que tinha apenas 3% de chance de sobrevivência.


“Fui colocada em coma induzido com ventilador e sonda de alimentação por três semanas, passei por excisão de pele de corpo inteiro e enxerto e precisei de um transplante de membrana amniótica para meus olhos”, conta a norte-americana.

A história foi compartilhada pela própria Aleisha em suas redes sociais e na página oficial da fundação da síndrome de Stevens-Johnson (FSSJ), nos Estados Unidos, com objetivo de alertar outras pessoas para os riscos raros, mas possíveis, do uso indiscriminado de medicamentos comuns como o ibuprofeno.


“Eu deveria estar em casa com meu bebê, mas tive que reaprender a respirar, comer, falar e andar. A recuperação não foi apenas física – foi emocional e espiritual. Mudei para sempre”, conta.


O que é a síndrome de Stevens-Johnson?

A Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) é uma reação cutânea e das mucosas rara, grave e potencialmente fatal, geralmente desencadeada por medicamentos, que causa sintomas gripais seguidos de uma erupção cutânea dolorosa, bolhas e descamação da pele, além de lesões nos olhos, boca e genitais. É uma emergência médica que requer hospitalização, tratamento para cuidar das feridas, aliviar a dor e, se possível, identificar e suspender o agente causador para evitar a recorrência da doença. A síndrome de Stevens-Johnson em sua forma mais grave, a necrólise epidérmica tóxica (NET), é uma reação alérgica rara, mas potencialmente fatal, que ocorre geralmente após o uso de alguns medicamentos, como antibióticos (incluindo sulfamidas), anticonvulsivantes, anti-inflamatórios, analgésicos e outros.


As manifestações iniciais da reação costumam lembrar uma gripe:


Febre

Fadiga

Dor de garganta

Mal-estar

Olhos irritados ou com secreções

Lesões na pele e nas mucosas, como boca e genitais

Relação entre ibuprofeno e SSJ/NET

O ibuprofeno, mesmo vendido sem prescrição, está entre os medicamentos associados à síndrome de Stevens-Johnson, segundo a FSSJ. A suspeita é que a substância provoque uma resposta imunológica exagerada em pessoas com predisposição genética, especialmente em quem está usando o medicamento pela primeira vez.


Os primeiros sinais costumam aparecer de um a três dias após a ingestão do medicamento. O quadro pode progredir rapidamente, levando ao descolamento da pele, infecções graves, falência de órgãos e até a morte. Diante de qualquer sintoma cutâneo suspeito após o uso de medicamentos como ibuprofeno, a recomendação médica é suspender o uso e procurar atendimento de urgência.


Aleshia Rogers teve 95% da pele do corpo afetada por necrólise epidérmica tóxica, condição causada pela síndrome de Stevens-Johnson e associada ao uso de ibuprofeno em pessoas sensíveis ao medicamento.


Diferença entre SSJ e NET:

A Síndrome de Stevens-Johnson e a Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) são a mesma doença, mas diferem na extensão do descolamento da pele.

A SSJ afeta menos de 10% da superfície do corpo, enquanto a NET, uma forma mais grave, afeta mais de 30% da pele.


Tratamento e precauções:

A chave para a sobrevivência em casos de SJS/NET está na interrupção imediata no uso do medicamento e no início precoce do tratamento hospitalar. Os pacientes geralmente precisam ser internados em unidades de terapia intensiva ou em centros especializados em queimaduras, onde recebem suporte clínico, hidratação, antibióticos, analgésicos e tratamento das feridas.


Em alguns casos, imunoglobulinas e corticoides são utilizados para tentar conter a resposta imunológica. Quanto mais precoce for a intervenção, maior a chance de recuperação e menores os riscos de sequelas permanentes.


Anos depois, Aleshia ainda convive com as complicações da SSJ/NET. Ela foi diagnosticada com gastroparesia e tem dificuldades diárias com problemas digestivos, cardíacos e do sistema nervoso.


Fonte: Metrópoles

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