O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se despediu neste sábado (4) de sua esposa e companheira de luta Marisa Letícia, terminando com um duro discurso contra as acusações de corrupção que rondaram o casal no último ano.
"Marisa morreu triste porque a canalhice que fizeram com ela e a imbecilidade e a maldade que fizeram com ela, eu vou dedicar...", desabafou Lula sem terminar a frase, em frente ao caixão da ex-primeira-dama, coberto pela bandeira do Brasil e outra do Partido dos Trabalhadores (PT).
“Eu tenho 71 anos e não sei quando Deus me levará, acho que vou viver muito, porque quero provar que os facínoras que levantaram leviandade com a Marisa tenham, um dia, a humildade de pedir desculpas a ela”, disse Lula, comovido e aplaudido pela multidão de admiradores que se reuniram na sede do Sindicato dos Metalúrgicos.
Marisa Letícia Rocco - com quem Lula se casou em 1974 e teve três filhos- faleceu na sexta-feira, aos 66 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após sofrer um AVC no dia 24 de janeiro. O líder petista recebeu os pêsames e abraçou centenas de desconhecidos e figuras destacadas do PT, como a ex-presidente Dilma Rousseff, o presidente do partido, Rui Falcão e vários membros do Congresso e ex-ministros.
“Mataram dona Marisa"
Vários aliados políticos de Lula vincularam a morte de Marisa Letícia ao ano de turbulências e sobressaltos judiciais do ex-presidente, que enfrenta cinco acusações ligadas ao escândalo de corrupção na Petrobras, algumas delas envolvendo sua esposa. "Não é exagero dizer que mataram a dona Marisa, ela foi vítima de uma perseguição gigantesca e não aguentou", disse a jornalistas o senador do PT, Lindbergh Farias.
Essa teoria da perseguição judicial cujo intuito, segundo o próprio Lula, seria o de impedir sua candidatura em 2018, foi levantada também por Dilma e defendida por vários membros do PT. "Há um ano dona Marisa não tinha nenhuma alegria, vivia sob ameaças de prisão, de prisão dos filhos. Tenho convicção de que sua partida prematura está muito ligada a esse clima de ódio", disse Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula e ex-ministro de Dilma.
(Com informações da AFP Brasil)
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