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Animais na pista é a 2ª maior causa de acidentes em estradas na Bahia


Acidentes envolvendo veículos e animais ocupam o segundo lugar no ranking das principais ocorrências de trânsito nas estradas estaduais, de acordo com relatório do Sistema de Estatística de Acidentes de Trânsito (Sider). De janeiro a outubro deste ano, a Superintendência de Infraestrutura de Transportes (Seinfra-SIT) contabilizou 426 acidentes nas estradas da Bahia. Este tipo de ocorrência perde apenas para aquelas provocadas por falta de atenção. Desse total, cerca de 28 vítimas tiveram ferimentos graves e nove vieram a óbito. O número de acidentes em 2016 já se aproxima do contabilizado no ano passado, quando foram registradas 525 ocorrências. O perigo se repete nas estradas federais que cortam a Bahia. De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), de janeiro a setembro de 2016, foram registrados 158 acidentes envolvendo animais que vagavam pelas rodovias. As vias federais do norte do estado, segundo a PRF, são as que mais oferecem risco aos motoristas por causa da grande quantidade de animais, como jumentos, que têm baixo valor comercial e que, na maioria das vezes, já nasceram na via pública e nunca foram propriedade de ninguém. Em números absolutos, a BR-101 (957 km de extensão) é a campeã em quantidade de ocorrências deste tipo. De 2012 a 2016, a rodovia acumulou 344 acidentes, seguida da BR-116 (837 km de extensão), com 339, BR-110 (372 km de extensão), com 179, e BR-324 (626 km de extensão), com 174.
Rodovias privatizadas
Nem mesmo as rodovias administradas por concessionárias e pedagiadas estão livres da presença de animais. Na BA-099, a Linha Verde-Estrada do Coco, motoristas de automóveis e caminhões reclamam que cavalos e bois circulam livremente pelas vias, interrompendo o tráfego e causando congestionamentos.
A Concessionária Litoral Norte (CLN), que administra o trecho, informou, por meio de nota, que apreende,  em média, quatro animais ao longo da estrada diariamente, com o auxílio de viaturas e carrocinhas.
A ação, no entanto, não foi suficiente para evitar que o veículo da bancária Bianca Lima, 36, colidisse com um cavalo no quilômetro 51 da rodovia em 25 de setembro deste ano.
Ela retornava de Praia do Forte (Mata de São João) com um amigo, por volta das 17h30, quando o animal atravessou a pista em um dos trechos sinuosos. O amigo, que estava conduzindo o veículo, tentou desviar do cavalo, sem sucesso.
O animal morreu na hora e o carro foi arremessado para o lado da rodovia. Após a colisão, outro carro, que seguia na mesma direção, chocou-se contra o veículo da bancária, que acabou sendo atingida pela porta do carro que se soltou.
“Estávamos dentro da velocidade permitida na via e já estava escurecendo. O animal apareceu de repente na frente do carro e não havia condição nem tempo para desviar”, contou.
A ocorrência deixou sequelas graves em Bianca. Com a colisão, a bancária fraturou o braço e desenvolveu uma série de doenças infecciosas provocadas pelas fezes do animal espalhadas com o impacto. O motorista, no entanto, teve apenas escoriações leves.
Nos últimos dias, ela teve alta da cirurgia a que foi submetida para a implantação de platina no braço. Desde a batida, ela contabiliza que gastou cerca de mil reais com medicamentos.
Ela pretende processar a concessionária pelo ocorrido. Por meio de nota, a CLN informou que “os proprietários dos animais são os responsáveis legais pela guarda dos mesmos”. (ATarde)

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