Diretora da NRS lamentou a morte da pequena Melissa |
Diante da situação lamentável, a redação do Bahia Acontece foi imediatamente questionada por internautas sobre qual seria o real quadro do índice de casos de dengue e chikungunya em Jacobina. Diante do questionamento nossa redação esteve nesta terça-feira em contato com a diretora do 16º Núcleo Regional de Saúde, Kátia Alves, que nos deu detalhes do quadro de infecções não só em Jacobina, mas em toda região.
Segundo a diretora, nos últimos meses, grande parte dos municípios da nossa região começaram a apresentar uma evolução nos casos de arboviroses, e principalmente da Dengue. "Está havendo a circulação do soro tipo 1 e 2 da Dengue, colocando assim nossa região em estado de alerta também, já que o Estado da Bahia teve um aumento significativo de casos de Dengue nesse período", disse a diretora, que continuou; " Em nossa região alguns municípios desde março vem começando a aparecer casos notificados pelas unidades de saúde. O NÚCLEO REGIONAL DE SAÚDE CENTRO NORTE, em parceria promoveu além do Bloqueio Costal com larvicidas nos bairros em casos de ocorrência de um ou mais casos localizados. Também fizemos a aplicação de Inseticida com UBV (ultra baixo volume) com o Malathion, no controle de surtos ou epidemias".
Segundo Kátia essas atividades foram realizadas em Capim Grosso, Mirangaba, Morro do Chapéu, Caem que já tinham surgido casos prováveis até a 15ª semana epidemiológica em abril, conforme NT 02/2015/SESAB. Esses estão com Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti, LIRAa em torno de 3,0 a 11%.
Já em Jacobina se notificou alguns casos a partir desse final de maio, onde, segundo a diretora, imediatamente foi disponibilizado o larvicida para atuar no Distrito do Junco e Paraíso, após envio de relatório.
"Atualmente Jacobina apresentou resultado no segundo ciclo de 5,1%. Vimos nas notificações que já temos casos em quase todos os bairros e localidades. No início de maio foram 71 casos e na semana epidemiológica 22 tinham 331 casos de Dengue, a maioria do Junco e 05 de Chickungunya e de Zika. No entanto vimos que nesse monitoramento a Dengue sub tipo 2 e tipo 1 circulante por nossa macro região e pela Bahia já se confirmam 10 óbitos, o que coloca assim o Estado da Bahia em alerta, pela superposição desses vírus "
Sobre o caso da morte da pequena Melissa em Jacobina, a diretora relatou que ela foi assistida na UPA dia 29 de maio e no outro dia no Hospital Municipal Antonio Teixeira Sobrinho com sinais de alerta, febre, cefaleia( dor de cabeça), queda de plaquetas e dor abdominal, sendo encaminhada pela regulação para o Martagão Gesteira, e pela sua experiência quase todos os indicadores levam a possibilidade de ser um caso de Dengue Hemorrágica ou Grave.
" Estamos aguardando os resultados de exames de Jacobina e de Salvador para conclusão do caso".
Segundo a Coordenadora Kátia Alves de Souza essa época é necessário que tenhamos uma preocupação com o quadro clínico das pessoas que buscarem as unidades de saúde, fazendo uma investigação precisa dos pacientes através de seus sinais clínicos, com o tratamento preciso , pois quanto mais precoce o diagnóstico, menor o risco de progressão da doença para uma dengue grave. Muitos casos podem passar despercebidos pois temos muitos vírus circulantes de outras viroses.
CENÁRIO PREOCUPANTE
" Precisamos fazer um esforço conjunto pois o cenário epidemiológico não é bom. Além de que temos por parte do Ministério da Saúde um desabastecimento de produtos utilizados no Fumacê segundo Nota Técnica 77/2019, que é muito preocupante pois nossos índices do LIRA são considerados de risco. Os municípios precisam fazer ações integradas com a Educação, Saúde e Limpeza com mutirões, campanhas, ver os terrenos com pendências. É lamentável essa perda. Nós estamos também tristes demais com essa criança que foi a óbito ", finalizou a diretora do 16º NRS
Bahia Acontece.
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