Para a PM, que reagiu com "indignação", a cena generaliza a instituição ao destacar desvios de conduta, "que são pontuais". Na cena exibida, o rapaz é negro e a garota tem ascendência oriental. Os policiais duvidaram da inocência de ambos e afirmaram que eles poderiam ser levados à delegacia por desacato de autoridade, e o garoto seria preso imediatamente.
A exibição fez com que o comandante-geral da corporação, coronel Nivaldo Cesar Restivo, emitisse nota pública em reação. "Ao contrário da cena reportada, a Polícia Militar segue fielmente os princípios constitucionais e basilares do respeito aos direitos humanos, pautada na filosofia de Polícia Comunitária e com ênfase na Gestão pela Qualidade, com intuito de bem servir a sociedade", declarou.
O oficial ressalta que a instituição é formada por "pessoas dignas" e que são "diariamente chamados e reconhecidos pela nobreza das ações que realizam". "Os feitos positivos da Polícia Militar paulista e as ações destemidas de seus integrantes são evidentes e sobrepõem-se, inquestionavelmente, aos desvios de conduta que são pontuais", reforçou Restivo, que considerou as cenas "lamentáveis".
A Rede Globo disse, em nota, que a atual temporada de Malhação, chamada Viva a Diferença, "se propõe exatamente a discutir as diferenças culturais, sociais, de opiniões, de raça, tão presentes no Brasil."
"A trama explora as dificuldades e as belezas da convivência de pessoas tão diferentes e fala sobre respeitar a opinião, a posição e a cultura do outro. A intenção é mostrar como a convivência entre diferentes tribos pode ser enriquecedora", declarou a emissora. "Como uma obra de ficção, Malhação recria, livremente, situações que podem ocorrer na vida real, buscando apenas tecer o pano de fundo para suas histórias."
Representação
O episódio desta quarta também motivou a reação do oficial da reserva da corporação paulista e deputado federal Major Olímpio (SD-SP). O parlamentar reagiu à representação veiculada e protocolou uma representação na Procuradoria-Geral da República e no Ministério das Comunicações, solicitando medidas legais contra a emissora, sob alegação de que teria havido ofensa à instituição pública.
O deputado entende que a Rede Globo violou os artigos 220 e 221 da Constituição Federal à medida em que não dá preferência a finalidades culturais e informativas. A Globo informou que não recebeu a representação protocolada pelo parlamentar. "Tomamos conhecimento apenas pela imprensa", declarou a nota da emissora.
FOLHA
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