Cinema; Filme de cearense está entre os oito listados pela ONU para entender os desafios enfrentados pelos refugiados

Karim abre o hangar do 'Aeroporto Central THF'

Em meio à pandemia do novo coronavírus, o mercado cinematográfico tem buscado alternativas para sobreviver à crise. Pela primeira vez, o cearense Karim Aïnouz lançou o filme “TFH: Aeroporto Central” online e disponibilizou nos serviços de streaming. A obra resgata a importância do extinto Aeroporto de Tempelhof, em Berlim, que teve seus hangares usados como abrigos de emergência para refugiados que buscavam asilo, entre 2015 e 2019.
THF : Aeroporto Central - Festival do Rio
Além do longa “Aeroporto Central”, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) fez uma lista com mais oito filmes que refletem a dura realidade de milhões de pessoas em todo o mundo que foram forçadas a deixar suas casas para sobreviver.

Foto: ACNUR
Em meio à pandemia do novo coronavírus, o mercado cinematográfico tem buscado alternativas para sobreviver à crise. Pela primeira vez, o cearense Karim Aïnouz lançou uma obra online e disponibilizou nos serviços de streaming Now, Vivo Play, Oi Play, Itunes, Google +, Filme Filme e Looke. O diretor é conhecido por títulos como A Vida Invisível, Praia do Futuro e O Céu de Suely. Seu novo projeto intitulado “TFH: Aeroporto Central”, chegou às plataformas de streaming no dia 24 de abril.
A obra resgata a importância do extinto Aeroporto de Tempelhof, em Berlim. Entre 2015 e 2019, o local teve seus hangares usados como abrigos de emergência para refugiados que buscavam asilo. É neste cenário que o espectador acompanha Ibrahim, estudante sírio de 18 anos, e o fisioterapeuta iraquiano Qutaiba. O documentário recebeu o Troféu Anistia Internacional, no Festival de Berlim em 2018.
Além do longa “Aeroporto Central”, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) fez uma lista com mais oito filmes que refletem a dura realidade de milhões de pessoas em todo o mundo que foram forçadas a deixar suas casas para sobreviver.
1. Para Sama (2019), de Waadal-Kateab
Foto: Divulgação de Para Sama
A jornalista síria Waad al-Kateab registra em primeira pessoa a intimidade de sua família em meio ao conflito em Alepo, na Síria. A obra é uma espécie de carta aberta à filha Sama, nascida entre bombardeios. O relato dramático e sensível de Waad traz uma perspectiva feminina sobre a violência extrema que aflige o país, sem perder a doçura de memórias esperançosas. O público acompanha de perto as angústias de uma mãe, cuja maternidade é marcada por vulnerabilidade e dificuldades extremas, como acesso à saúde e aspectos psicológicos da gestação. “Em que vida eu a coloquei, Sama? Será que um dia você vai me perdoar?”, questiona Waad em um dos momentos mais comoventes do filme, quando ela e o marido são coagidos a escolher entre ficar e ir embora.
Trailer | Disponível nos streamings Amazon Prime e Now.
2. Humanflow — Não existe lar se não há para onde ir (2017), de Ai Weiwei
Foto: cena de Human Flow
O filme-documentário é dirigido por Weiwei, um ativista político que foi preso, perseguido e expulso de seu país. A obra faz um panorama de crises de refugiados de mais de 20 países e expõe os motivos que levam milhões de pessoas ao redor do mundo a deixarem seus países e iniciarem uma jornada dura, incerta e cruel. “Human flow” é um retrato sobre as dificuldades que as pessoas deslocadas encontram pelo caminho: travessias perigosas, humilhações e pouca receptividade.
Trailer | Disponível nos streamings Amazon Prime, Google Play e YouTube.
3. Cafarnaum (2019), de Nadine Labaki
Foto: divulgação de Cafarnaum
Quando a irmã mais nova de Zain (interpretado por Zain Al Rafeea, um refugiado sírio de 12 anos) é forçada a se casar com um homem mais velho, ele foge de casa e passa a viver nas ruas. Em troca de comida e abrigo, o garoto começa a cuidar do filho pequeno de Rahil, uma imigrante etíope sem documentos. O filme aborda também o drama de milhares de refugiados africanos e sírios que escapam da polícia e do tráfico de pessoas em Beirute, capital do Líbano. Com atuações fortes, sob o olhar único da diretora libanesa, a obra traz para as telas o caos social que inspira o título da produção. Cafarnaum significa “lugar de tumulto e desordem”. O filme saiu vencedor no Festival de Cannes 2018 e foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
Trailer | Disponível nos streamings Amazon Prime, NOW, Google Play, Vivo Play, Youtube, Looke, iTunes, Playstation, SKY Play e Xbo.
4. Exodus – De onde vim não existe mais (2017), de Hank Levine
Foto: divulgação de Exodus
Em “Exodus”, o espectador acompanha as trajetórias de Napuli, Tarch, Dana, Nizar, Bruno, Lahtow e Mahka em busca de uma vida em segurança. Napuli é uma ativista política que teve de deixar o Sudão do Sul, passou por Uganda e agora luta para permanecer na Alemanha. Tarcha nasceu no Saara Ocidental e precisou fugir para a Argélia, onde vive em um campo de refugiados. Nascida na Síria, Dana chegou no Brasil via Turquia e está desesperada para reunir sua família no Canadá. A jornada de Nizar, um Sírio-Palestino, passa pelo Brasil, Cuba, e Europa, onde ele espera receber refúgio e reunir sua família. Bruno, de Togo, viveu em campos de refugiados na Alemanha durante nove anos, até ser finalmente legalizado e passar a ajudar outros refugiados. Lahtow e Mahka, de Mianmar, tiveram que deixar suas casas devido a conflitos militares. As histórias são narradas por Wagner Moura.
Trailer | Disponível no YouTube.
5. Zaatari: Memórias do Labirinto (2019), de Paschoal Samora 
Foto: cena de Zaatari
Ambientando no deserto de Mafrak, fronteira da Síria com a Jordânia, o documentário registra o nascimento de um dos maiores campos de refugiados do mundo. O lugar, chamado Zaatari, foi criado como uma estrutura transitória, mas que já se tornou a quarta maior cidade da Jordânia e o quinto maior centro financeiro do país. A obra contou com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e revela como os refugiados refazem suas vidas e procuram superar os traumas da guerra.
6. Cidade de Fantasmas (2017), de Matthew Heineman
Foto: cena de Cidade de Fantasmas
O olhar do premiado cineasta Matthew Heineman volta-se, com um acesso inédito até então, para os jornalistas anônimos do grupo Raqqa is Being Slaughtered Silently (RBSS – Raqqa está sendo assassinada silenciosamente), que arriscam a vida diariamente para denunciar em vídeos e fotos as atrocidades terroristas na Síria. A obra narra não só a história do grupo, cujos fundadores tiveram que buscar refúgio na Turquia e na Alemanha, como também expõe parte de seus trabalhos, contrapondo imagens da dura realidade de violência na região.
Trailer | Disponível no streaming Amazon Prime.
7. Era o Hotel Cambridge (2016), de Eliane Caffé
Foto: cena do filme Era o Hotel Cambridge
Além de tratar da luta por moradia na cidade, a ficção também aborda a dinâmica do que é ser um refugiado no Brasil a partir da participação de refugiados reais, que compartilham suas vivências valiosas. As fronteiras não são as únicas barreiras em suas jornadas pela sobrevivência. Idioma, costumes, convivência com a população local e xenofobia também podem ser empecilhos para o “sentir-se em casa”.
8. Fogo ao Mar (2016), de Gianfranco Rosi
Foto: Reuters
Para além de ser mais um documentário expositivo sobre os infortúnios de pessoas que deixam a África e Oriente Médio em busca de refúgio na Europa, “Fogo ao Mar” é um retrato de realidades distintas, e como elas se cruzam. Samuelle, garoto de 12 anos com problemas de vista, atentamente escuta a avó falar sobre a guerra e as bombas que faziam o mar incendiar. Enquanto prepara o almoço, uma mulher escuta no rádio o número de pessoas que morreram tentando chegar à ilha. Um médico tenta se comunicar com uma sobrevivente durante um exame de ultrassonografia. Tudo isso divide a tela com os dramáticos resgates no mar.
Trailer | Disponível nos streamings Amazon Prime, Google Play, YouTube.

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