Quanto maior a quarentena, mais tempo vai durar a epidemia



Já que há consenso científico acerca do fato de que uma epidemia somente termina ao chegar ao pico, atingido quando 70% da população da cidade está contaminada, conclui-se que o que determina seu final não é a obediência ou extensão da quarentena, mas a velocidade da contaminação.

Exemplo histórico: a gripe espanhola manifestou-se, no Rio de Janeiro, em setembro de 1918, chegou ao pico em outubro, em novembro declinou e em dezembro não se falava mais dela; a essa altura, 700 mil dos 900 mil cariocas tinham sido contaminados



Essa pandemia muito parecida com a atual – mas que não teve quarentena, nem máscaras, nem álcool-gel - durou apenas três meses no Rio de Janeiro porque a contaminação também foi veloz. E matou, embora os números não sejam muito confiáveis, algo entre 15 mil e 25 mil pessoas.

A quarentena protege da contaminação, é óbvio, mas tem o seguinte: quando as pessoas que estavam confinadas forem às ruas, no final da quarentena, muitas delas vão pegar o vírus.



Ou seja: a quarentena resolve o problema dos hospitais, evitando superlotação, e dos doentes, que conseguem atendimento e escapam da morte, mas não resolve o problema da epidemia em si, apenas adia.



É isso que explica a tão temida ”segunda onda” da covid-19: é formada por aqueles que ficaram em quarentena e agora saíram de casa, pois enquanto a contaminação não chega aos 70% o vírus continua ativo, com ou sem quarentena.

Conclusão: se a epidemia só acaba quando contamina 70% da população e a quarentena evita que a contaminação seja veloz, quanto maior a duração da quarentena, maior será a duração da epidemia.

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