Um crime bárbaro abalou os moradores de Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, neste final de semana. Um homem esfaqueou uma cadelinha vira-lata, na frente de três crianças que imploraram para que o criminoso não machucasse o animal. Mesmo socorrida numa clínica, a cadela não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois.
Segundo
a dona da cadela, o homem é conhecido como Marcelo e estaria namorando
sua filha. Ela ainda informou ao veterinário que o acusado não gostava
da cadela, pois todas as vezes que ela o via começava a latir. Além
disso, o crime teria sido premeditado, pois o agressor teve tempo
suficiente para ir à cozinha, pegar um facão e desferir o golpe na
cadelinha.
De
acordo com o médico veterinário Disley Neves, que fez o atendimento de
emergência), uma família deu
entrada na clínica com a cadela de 15kg, SRD (sem raça definida), pêlo
curto, tigrada, apresentando uma lesão aberta na altura do omoplata, com
20 centímetros de comprimento e 15cm de profundidade, sangrando muito.
O
corte foi agressivo, aberto por facão e provocou derrame na cavidade
toráxica do animal, ocasionando hemotórax irreversível. Segundo o
veterinário, a cadela entrou em choque hipovolêmico por hemorragia,
levando-a ao estado de letargia.
Diante
do imenso sofrimento do animal, que não suportava sequer ser tocado, a
opção pela eutanásia foi inevitável, pois o corte provocado pelo
criminoso foi muito profundo, lesou órgãos internos da cadela e não lhe
deu chances de recuperação.
Justiça
- “Ele é um monstro, sem contar que, por diversas vezes, na ausência
dos donos, dava chutes nos animais e falou que tinha um facão pronto pra
cortar a cabeça deles, dito e feito”, denunciou uma testemunha que
prefere não se identificar, pois o criminoso é apontado pelos vizinhos
como uma pessoa agressiva e perigosa.
O
crime foi denunciado à advogada e vereadora por Salvador, Ana Rita
Tavares (PV). Ela já distribuiu notícia crime contra o acusado no
Juizado Especial Criminal de Lauro de Freitas. O acusado vai responder
pelo crime de maus-tratos contra animais, previsto na Lei de Crimes
Ambientais (9.605/98), que no seu artigo 32 prevê pena de três meses a
um ano de detenção, mais multa.
Como
a pena é muito branda, a vereadora Ana Rita diz que ainda vai
formalizar uma Representação contra o agressor, junto à Promotoria da
Infância e da Juventude, pelo fato de o crime ter sido praticado na
presença de três crianças, que estão chocadas e inconsoláveis com a
cena.
“Além
disso, ele será réu em uma queixa cível para que faça a reparação do
dano moral coletivo, já que houve grande repercussão social. Por mais
que eu conheça a realidade de maus-tratos praticados contra os animais,
em mais de uma década de ativismo, estou muito chocada com esse caso”,
diz a vereadora do PV.
BOCÃO NEWS
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