Acusados de linchar dona de casa após boato na internet são condenados



Três acusados de participar da morte da dona de casa Fabiane Maria de Jesus foram condenadas a 40 anos de prisão - e outro a 26 anos - na sexta-feira (27), durante julgamento no Fórum de Santos, em São Paulo. A defesa vai recorrer.
Em maio de 2014, a vítima foi linchada no bairro de Morrinhos III, no Guarujá. O crime aconteceu depois que um retrato falado de uma mulher foi divulgado nas redes sociais afirmando que ela sequestrava crianças para rituais de magia negra. A dona de casa foi confundida e atacada. 
Em outubro de 2016, Lucas Rogério Fabrício Lopes, de 21 anos, já havia sido condenado a 30 anos de cadeia por participação no crime. Nesta sexta-feira, Abel Vieira Batalha Júnior, de 21 anos, Carlos Alex Oliveira de Jesus, de 27, e Jair Batista dos Santos, de 38, foram condenados a a 40 anos de prisão em regime fechado. Já Valmir Dias Barbosa, de 51, foi condenado a 26 anos preso, com pena maior porque confessou a participação.
Crime
Fabiana tinha 33 anos e deixou duas filhas. Ela saiu de casa de bicicleta para ir buscar uma bíblia que havia esquecido na igreja. De lá, ia visitar uma prima no bairro Morrinhos III. No caminho, várias pessoas a atacaram. Ela foi amarrada, espancada e arrastada até uma passarela. Quando a Polícia Militar chegou, já estava ferida de modo grave.
Retrato falado com o qual Fabiane foi confundida(Foto: Divulgação)

Ao redor de Fabiane e dos agressores, várias pessoas gravaram a cena. Todos achavam que ela era a mulher divulgada do retrato falado, que estaria sequestrando crianças. Cinco pessoas foram presas acusadas de participar do linchamento. Abel foi acusado de agredir Fabiane e arrastá-la pelo chão. Jair é acusado de agressão, o que sempre negou. Lucas foi acusado de passar com a bicicleta por cima da dona de casa caída. E Valmir, que aparece nas imagens, confessou o crime e disse que participou por achar se tratar de uma criminosa que agredia crianças. Carlos Alex aparece no vídeo segurando Fabiane pelos cabelos, mas nega ter agredido a vítima, porque disse que foi contido por duas primas.
O retrato falado em questão foi feito em 2012 em uma delegacia do Rio de Janeiro e é de uma mulher acusada de roubar um bebê do colo da mãe no bairro de Ramos. 

Correio

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