Após audiência de custódia realizada na tarde desta segunda-feira (29), a Justiça decretou a prisão preventiva do soldado da Polícia Militar que atirou e feriu quatro pessoas no bairro da Barra, em Salvador, na noite de domingo (28), durante comemoração pela eleição de Bolsonaro. A informação é do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
A audiência de custódia do policial Manoel Landulfo Sampaio começou por volta das 17h, na Central de Flagrantes. De acordo com o TJ, o suspeito pode responder pelo crime de tentativa de homicídio qualificado e lesões corporais, cuja penas máximas superam quatro anos.
Na decisão, o juiz Eduardo Augusto Leopoldino Santana afirmou que, pela forma como agiu durante a confusão, o soldado Manoel Sampaio "demonstrou ser uma pessoa perigosa". O juiz ainda disse na decisão que decidiu pela restrição de liberdade do policial, "uma vez que, mesmo sendo Policial Militar, aparenta, pelo que está neste APF, não ter apreço pela vida humana".
Pânico
"Foi muita correria. Muita gente caindo, passando mal. Muita gente foi ferida também, caiu por cima de vidro, se cortou", relatou uma das vítimas dos disparos de arma de fogo.
A mulher, que preferiu não se identificar, é vendedora ambulante e comercializava doces na Barra quando o PM começou a atirar. Ela relatou o momento de correria.
"Foi tudo rápido. Ele começou uma discussão do nada. Tinha um menino, ele não gostou do menino. Aí disse que o menino estava olhando ele mal e ele disse que era polícia, que ele podia matar qualquer um, qualquer pessoa, que não dava em nada", contou a mulher.
Outra testemunha que estava no meio da confusão também relatou a situação. "Ele [o PM] surgiu do nada e teve uma discussão que também começou do nada. Ele [o PM] tentou dar um soco no rapaz e imediatamente já puxou a arma, deu dois disparos nele [na vítima] e começou a atirar. Nessa hora, nós nos jogamos no chão, a multidão começou a se jogar no chão, a banda parou, a polícia veio rapidamente e atuou", contou.
Informações preliminares apontaram que o policial Manoel Landulfo Sampaio discutiu com um ambulante, sacou a arma e disparou vários tiros, atingindo quem estava por perto. O crime ocorreu, na Rua do Gavazza, no bairro.
Na ocasião, policiais da Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo), que estavam nas proximidades, detiveram o PM em flagrante. O G1 não conseguiu contato com a defesa do PM.
Uma das testemunhas que estava no meio da confusão relatou a situação. "Ele [o PM] surgiu do nada e teve uma discussão que também começou do nada. Ele [o PM] tentou dar um soco no rapaz e imediatamente já puxou a arma, deu dois disparos nele [na vítima] e começou a atirar. Nessa hora, nós nos jogamos no chão, a multidão começou a se jogar no chão, a banda parou, a polícia veio rapidamente e atuou", contou.
Ainda segundo a SSP-BA, as vítimas foram encaminhadas para os hospitais Português e Geral do Estado.
G1
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