Após impacto no bolso da população, aliados do governo pedem revogação da “taxa das blusinhas”

Segundo o autor do projeto, a nova taxação foi um “grave equívoco” que penalizou diretamente os consumidores de baixa renda.



A polêmica “taxa das blusinhas” pode estar com os dias contados. Um projeto apresentado pelo deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), quer revogar a lei que acabou com a isenção para compras internacionais de até 50 dólares.

A proposta busca retomar a regra antiga, que permitia a importação de produtos de baixo valor sem cobrar imposto. Segundo o autor, a nova taxação foi um “grave equívoco” que penalizou diretamente os consumidores de baixa renda.

Ayres afirma que a promessa de aumento na arrecadação não se concretizou. De acordo com sua justificativa, a receita prevista com a cobrança ficou 62% abaixo do esperado.

Para ele, manter a medida prejudica os brasileiros e não gera os benefícios prometidos ao governo.


“O fim da isenção afeta quem depende de produtos mais baratos, estimula a informalidade, distorce a concorrência e isola o Brasil das práticas internacionais”

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Um gesto para a China?

Nos bastidores, cresce a pressão política para derrubar a taxa. Deputados da base do governo Lula têm discutido a possibilidade com líderes do “Centrão".


A medida entrou em vigor em 2024 e se tornou uma das mais impopulares entre os eleitores.


Para aliados do Planalto, o governo pode apoiar a revogação como um gesto diplomático.


A China, principal atingida pela nova taxação, é um dos principais parceiros comerciais do Brasil e estaria insatisfeita com as barreiras às plataformas asiáticas, como Shein, Shopee e AliExpress.


A ideia seria amenizar o clima internacional, especialmente após os Estados Unidos aplicarem uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.


Apoio da oposição

A proposta de Ayres não está sozinha. O deputado Kim Kataguiri (União-SP), da oposição, também protocolou um projeto para restaurar a isenção.


Segundo ele, Lula teria sido pressionado por Arthur Lira para sancionar a nova cobrança, mas nunca concordou com ela de fato.


A “taxa das blusinhas” virou alvo fácil nas redes sociais. Usuários apontam que a medida aumentou preços e prejudicou quem busca alternativas de consumo mais acessíveis.


Enquanto isso, empresas brasileiras do varejo se beneficiaram: grandes redes como Renner e Riachuelo apresentaram alta no lucro e na valorização das ações após a medida.


O projeto de revogação ainda precisa avançar nas comissões da Câmara antes de ir ao plenário.


No entanto, o tema já divide opiniões entre os parlamentares e pode se tornar um novo campo de disputa entre governo, Congresso e empresários — com impacto direto no bolso do consumidor.



Redação Brasil Paralelo

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